O São Paulo perdeu, no fim do ano passado, dois ídolos importantes para esta temporada. Rogério Ceni se aposentou após 25 anos no clube, enquanto Luis Fabiano se transferiu para o Tianjin Quanjian, da China, depois de três passagens pelo Morumbi. Mas para os peruanos do Cesar Vallejo, rival do Tricolor na estreia na Copa Libertadores da América, Fabuloso segue sendo uma estrela do elenco paulista.
Nas bilheterias do estádio Mansiche, o jogo marcado para as 21h45 (de Brasília) desta quarta-feira é promovido por imenso cartaz. Na arte, há quatro atletas do time da casa e três são-paulinos: Diego Lugano, em foto retirada do Mundial de Clubes de 2005, Paulo Henrique Ganso e Luis Fabiano, ambos com fotos datadas de 2014. A notícia da saída de Fabuloso, consumada há quase dois meses, parece não ter chegado à pequena Trujillo.
Os funcionários do estádio riram da informação e disseram que, ainda assim, a presença do São Paulo tem feito o movimento nas bilheterias aumentar. Foram colocados cerca de 20 mil ingressos à venda e a expectativa é de que todos sejam vendidos. Até a manhã desta terça-feira, pouquíssimos brasileiros haviam procurado entradas para o jogo, que não terá divisão de torcidas e que tem preços entre 20 e 100 soles - praticamente o mesmo valor em reais.
O estádio Mansiche, reformado em 2004 para a disputa da Copa América no Peru, vencida peço Brasil, é um dos pontos mais agitados de Trujillo. Aulas de karatê, xadrez e ginástica olímpica são ministradas no local e no ginásio anexo, chamado de Coliseu. Ao redor, praças com aparelhos de academia ao ar livre, pistas de caminhada e dezenas de quadra atraem desde crianças até idosos para atividades físicas. Entrar para ver o gramado do campo, no entanto, é proibido.
Em frente a uma dessas praças, um vendedor ambulante vendia camisas piratas de clubes do Peru e do resto do mundo, como Barcelona, Real Madrid e Flamengo. A solitária peça rubro-negra, como não poderia ser diferente, era acompanhada do número 9 e do nome de Paolo Guerrero às costas. O atacante é o maior ídolo do país na atualidade e alvo das perguntas dos peruanos quando descobriam que a reportagem pertencia a um jornal brasileiro.