Rodrigo Caio dá a cara e cobra companheiros no São Paulo: ‘Temos de mudar totalmente’

Zagueiro de 22 anos foi o responsável por dar explicações sobre a humilhação do clássico contra o Corinthians e disse que atletas menos dedicados atrapalham os outros

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Coube ao zagueiro Rodrigo Caio, de apenas 22 anos, a responsabilidade de dar explicações sobre a humilhante derrota para o rival Corinthians por 6 a 1. Nesta terça-feira, o jogador do São Paulo falou com contundência e afirmou que quem está comprometido acaba pagando por outros que não estão. Na visão de Rodrigo, o grupo tem de mudar totalmente seu comportamento em todos os aspectos. Nesta terça-feira, o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, foi ao CT e cobrou os jogadores após dizer que sentia que faltava comprometimento a alguns.

- Foi uma conversa bem franca, ele (Leco) deixou bem claro a chateação, não só dele, mas de todos do clube. Disse do momento difícil que está sendo por essa derrota. As palavras dele são as mais corretas possíveis, temos plena consciência do que faltou pra gente domingo. Precisamos tirar as palavras dele e dentro de campo mudar totalmente nossa postura - afirmou Rodrigo.

A cobrança aos companheiros veio depois. Rodrigo foi perguntado se percebe quando o outro não está comprometido. E não se esquivou.


- Claro que percebemos. Acredito que o jogador tem sua consciência. Quando você põe a cabeça no travesseiro, tem essa percepção. Eu tenho muito. Quando faço coisa errada, fico muito triste. Não tem minha família, amigos, ninguém consegue tirar a tristeza dentro de mim. Acredito que cada jogador tem de ter essa reflexão. Cada um tem que saber - declarou.

Mais adiante, ele foi questionado se alguns jogadores mais dedicados acabam pagando pela falta de comprometimento dos dois demais e acenou positivamente. As palavras foram de quem tem espírito de liderança.

- Claro, não estamos jogando tênis, pingue-pongue, que é individual e só depende de você. O futebol depende dos 11 que jogam, e às vezes dos 22 restantes. Todos precisam ter o mesmo propósito de vitórias e tem de se comprometer. Quando um ou outro não corre, não sente, não sofre, acredito que isso prejudica um pouco. Espero que cada um coloque na cabeça o que tem de melhorar. Não adianta ficar falando de comprometimento, ficar cobrando e o próprio jogador não cobrar ele mesmo - disparou Rodrigo.

'Não tem minha família, amigos, ninguém consegue tirar a tristeza dentro de mim. Acredito que cada jogador tem de ter essa reflexão. Cada um tem que saber'


Para entender a liderança que Rodrigo exerce no São Paulo é preciso relembrar sua trajetória no clube. Promovido ao profissional em 2011, estreou no dia 26 de junho, justamente contra o Corinthians. E sofreu com uma derrota por 5 a 0, pelo Campeonato Brasileiro. Depois disso, Rodrigo ainda sofreu uma grave lesão no joelho direito, no ano passado, que o impediu de se transferir para o futebol da França - tinha proposta do Monaco. Este ano, voltou a ser assediado pelo futebol europeu e chegou a viajar para a Espanha para concluir negociação com o Valencia por 15 milhões de euros. No entanto, de última hora, a transferência melou e o zagueiro seguiu no São Paulo. Mas sem se abalar, garante ele.

- Não reclamo de nada na minha vida. Graças a Deus tenho saúde, estrou realizando meu sonho de jogar no São Paulo, tenho família maravilhosa, e o mais importante, faço meu melhor sempre, isso pra mim é o melhor. Claro que nós jogadores ficamos muito tristes pelas derrotas, pelos momentos que passamos no futebol, mas precisamos ser fortes para superar e eu sou muito forte com isso, e não vai ser uma coisa dessa que vai me deixar pra baixo não. Como estou falando seguidamente, temos dois jogos que são extremamente importantes e precisamos dessa vitória para atingir nossos objetivos - afirmou.

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