O São Paulo ainda não definiu estratégias para atenuar os gastos com salários e direitos de imagem durante a pausa do futebol devido à pandemia do novo coronavírus. O clube acompanha as negociações da Comissão Nacional de Clubes com representantes dos jogadores das Séries A, B, C e D do Brasileirão, mas não descarta fazer um acordo diretamente com seu elenco.
Nesta negociação coletiva, conduzida pelas diretorias de Atlético-MG, Bahia, Fluminense, Grêmio e Palmeiras, as partes têm trocado propostas desde sexta-feira. A última, encaminhada pelos clubes na segunda, fala em 20 dias de férias coletivas aos atletas e, persistindo a paralisação das competições, uma suspensão de 25% de salários e direitos de imagem após este período. Os atletas responderão até a noite de quarta.
O São Paulo tem ainda uma particularidade. Daniel Alves, por exemplo, tem uma parcela de seus direitos de imagem a receber no fim de abril. É uma prática do clube estipular gatilhos altos a serem pagos semestralmente para que os gastos mensais com salários sejam menores. Por enquanto, as datas pré-estabelecidas estão todas mantidas.
Após a definição da negociação coletiva, o São Paulo deve iniciar as conversas sobre este tema com seus jogadores, tanto sobre os pagamentos mensais de salários quanto sobre pagamento de parcelas pré-estipuladas de luvas ou direitos de imagem.
O Tricolor teve prejuízo de R$ 50 mil ao realizar o clássico com o Santos, pelo Paulistão, com portões fechados por causa da pandemia. O clube projetava uma renda superior a R$ 1 milhão nesta partida e mais ainda nos jogos dos mata-matas do Estadual e da fase de grupos da Libertadores que seriam realizados entre março e abril e foram adiados. Esta é uma parte importante do orçamento.
Além disso, o contrato de patrocínio máster com o Banco Inter vence no fim de abril e as negociações para renovar estão congeladas devido à incerteza sobre o retorno do futebol. O Tricolor tenta manter a exposição de seu parceiro utilizando as redes sociais e os vídeos de seu canal no Youtube.
No ano passado e no início deste, o São Paulo já teve problemas com o fluxo de caixa e chegou a atrasar direitos de imagem e salários. Todas as pendências já foram quitadas.
O clube fechou o exercício fiscal de 2019 com déficit de R$ 156 milhões. A diretoria aponta que metade deste valor se refere a dívidas antigas que foram renegociadas e serão pagas de forma parcelada ao longo dos próximos anos, enquanto a outra metade foi causada pela decisão de não vender Antony no meio do ano e apenas agora, em fevereiro.