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São-paulino, Aderllan chora ao vestir camisa: ‘Não podia comprar uma’

Durante sua apresentação, zagueiro foi às lágrimas ao recordar de sua infância pobre em Pernambuco e destacou alegrias e tristezas vividas assistindo ao Tricolor nos anos 1990

Aderllan é apresentado pelo São Paulo
imagem cameraÉrico Leonan
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 20/07/2017
16:22
Atualizado em 20/07/2017
17:41

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Aos 28 anos, Aderllan realizou um sonho nesta quinta-feira e não conteve as lágrimas no CT da Barra Funda. O zagueiro é são-paulino de infância e não tinha condições de comprar uma camisa do clube com o qual, agora, tem contrato até dezembro de 2018.

- Fico com um nó na garganta. Nunca tive condições de comprar camisa do São Paulo. Meus pais nunca tiveram condições. É difícil até falar, é uma coisa que dói. Estou realizando o sonho de muita gente que quis que eu estivesse aqui e vou honrá-la - disse, bastante emocionado, o novo camisa 32 do Tricolor.

- Quando São Paulo me ligou, achei que chegou o momento. O São Paulo estava precisando de mim e estou precisando do São Paulo. Eu não esperava, mas, graças a Deus, fizeram proposta e vou trabalhar. São Paulo não merece lutar contra o rebaixamento. Só nós, jogadores, podemos tirar o São Paulo dessa situação. Já começou na vitória sobre o Vasco e vamos tirar o mais rápido possível - prosseguiu.


Nascido em Terra Nova, em Pernambuco, Aderllan aventurou-se ainda jovem na Europa, passando por Trofense e Sporting Braga, de Portugal, e Valencia, da Espanha, clube que o emprestou ao Tricolor por 800 mil euros (quase R$ 2 milhões). O zagueiro chegou ao CT da Barra Funda na semana passada e já se sente à vontade com as cores que vestia quando criança.

- Essa camisa vou guardar. Todos os meus amigos são-paulinos têm camisa. Em 93, eu tinha cinco anos de idade, e o São Paulo ainda vivia um momento bom. Fiquei pensando que São Paulo ganha sempre e decidi torcer. Só via flash, não tinha TV em casa. Depois de longos anos sem título, ganhamos o Paulista em 1998 e 2000 e foram momentos bons. Em 1999, chorei na derrota para o Corinthians nas semifinais do Brasileiro. Quem me conhece, sabe que sou são-paulino. Sofri muito, mas sou mais feliz do que triste com o São Paulo.

Lembre outros temas abordados por Aderllan, que já está regularizado para estrear e trabalha a parte física para estar à disposição:

Trajetória na Europa
Eu jogava nos juniores do Salgueiro e apareceu um empresário me perguntando se queria fazer teste em Angola. Achei que era brincadeira, mas topei. Eu não tinha passaporte, só identidade. Em cinco dias, tirei passaporte e ele me falou em uma sexta que eu iria para Portugal na segunda. Cheguei lá, quebrei o pé, tive de operar, fiquei um ano sem jogar. Vivi dois anos parado praticamente lá. Graças a deus, deu tudo certo, tive sequência de jogos, e fui para o Braga e pelo Valencia. Não posso alongar muito, mas é sempre bom lembrar de onde veio.

Negociação
Agradeço esforço da diretoria. O início das negociações foi muito complicado, mas deu tudo certo. Tinha o Olympiacos e outras equipes, encaminhadas com o Valencia. Mas, quando apareceu o São Paulo, avisei que queria vir para cá. Essa é minha grande chance estar aqui. Sempre sonhei estar aqui. Vou honrar esta camisa.

Características
Falam que sou rápido, agressivo, bom pelo alto pela estatura e tenho boa saída com os pés. Mas isso é o que comentam, não tenho que falar"

Lugano
Para mim, é uma honra e uma conquista estar com o Lugano. Como são-paulino, ter um ídolo ao lado. NO meu primeiro dia, ele já me perguntou como estou. Fico feliz demais.

Deyverson
Conheço bastante o Deyverson, ele é muito engraçado. Joguei contra ele em Portugal. Ele é aquilo ali, engraçado, sempre se emociona, nos jogos discute, é chato para caramba. Vim no mesmo voo que ele, falei para não quebrar na coletiva, e ele falou que, se tiver que cantar, cantaria. É um rapaz muito bom. Torço muito por ele, mas não contra o São Paulo.

Valencia
Tive sempre grandes concorrentes no Valencia. Mas, no primeiro jogo, joguei 30 jogos. Na segunda temporada, foi complicado, só fiz 15. Era opção do treinador e não posso falar nada porque fui bem nos jogos em que fiz. Em questão de interceptações, eu estava em primeiro lugar. Certeza que fui bem quando joguei.

Jogo contra o Grêmio, na segunda
Temos de pensar, primeiramente, em vencer, ajudando ou não o Corinthians. Precisamos dos três pontos para sair dessa zona.

Estreia

Treinei minhas férias inteiras. Estou à disposição da comissão para ver meu condicionamento. Vai dele. Se quiser me escalar no próximo jogo, pode.

Emprestado até o fim de 2018
O São Paulo está precisando de ajuda o mais rápido possível. Vencemos o jogos e, neste ano e meio, fico com uma tranquilidade para já estar pronto para amanhã. Tenho treinado dois períodos sempre para estar à disposição.

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