Na última quarta-feira, após o treino da manhã em Bradenton (EUA), Marco Aurélio Cunha se despediu da delegação do São Paulo e não faz mais parte da diretoria. A saída já havia sido anunciada no fim do ano passado, mas o médico prometeu ajudar na integração de Rogério Ceni e o elenco na pré-temporada na Flórida. O cargo de diretor-executivo deve permanecer vago até abril, mas a atual gestão tricolor ainda acredita em um retorno de MAC, que é coordenador de Seleções femininas na CBF, ao corpo diretivo.
A primeira das razões para que nenhum profissional seja contratado nos próximos quatro meses é a realização de eleição presidencial em abril. A cúpula acredita que teria dificuldade em contratar um executivo disposto a aceitar um vínculo curto e que poderia ser desfeito em caso de derrota da situação nas urnas. O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva concorrerá à reeleição, com apenas Roberto Natel de rival declarado até o momento.
A segunda razão tem a ver com a atuação do Tricolor no mercado da bola. Quatro reforços já foram anunciados (Sidão, Cícero, Wellington Nem e Neilton) e mais dois devem ser contratados: o paraguaio Christian Colmán está perto de deixar o Nacional (PAR) e um segundo nome de menos peso deve fechar em breve. Assim, o ciclo de contratações já estará encerrado e não será necessária a presença de um executivo com perfil para negociações antes das eleições.
Mesmo nesta janela de transferências, em que Marco ainda esteve a serviço do São Paulo, as tratativas pouco tiveram a participação do médico. O próprio Leco, que por anos foi diretor e vice de futebol, atuou com o auxílio do vice José Alexandre Médicis, do diretor José Jacobson Neto e, principalmente, do advogado Alexandre Pássaro, figura de suma importância para o clube.
O desempenho de Pássaro foi elogiado para que apenas R$ 300 mil fossem investidos nos quatro reforços já contratados, mas tirá-lo da função atual para ser diretor-executivo não está nos planos de Leco. Após a eleição de abril, o novo estatuto do clube exigirá a presença de três a nove executivos em pastas da diretoria e o futebol obrigatoriamente terá um novo profissional.
Antes de Marco Aurélio, que teve papel fundamental no trato com o elenco durante a fuga do rebaixamento no Campeonato Brasileiro de 2016, o cargo de diretor-executivo pertencia a Gustavo Oliveira. Sobrinho do ídolo Raí, ele também começou como advogado e teve duas passagens como executivo - uma como gerente e uma como diretor-, mas foi dispensado em agosto após pressão da torcida e de conselheiros.