São Paulo sepulta caso Jack em reunião com atrito de conselheiros
Em reunião do Conselho Deliberativo na última segunda-feira, parecer de desembargador arquivou de vez episódio de comissão da Under Armour. Houve bate-boca e acusações
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O São Paulo ratificou, na última segunda-feira, em reunião do Conselho Deliberativo, o arquivamento do "caso Jack", referente ao comissionamento no contrato com a fornecedora de material esportivo norte-americana Under Armour. O parecer foi dado pelo desembargador José Roberto Opice Blum, presidente da Comissão de Ética que apura todas as denúncias referentes à gestão anterior, do ex-presidente Carlos Miguel Aidar.
Jack foi a pessoa apontada pelo São Paulo, por meio da empresa Far East, de sua propriedade, como intermediário na negociação com a Under Armour e portanto com direito a receber os R$ 18 milhões previsto no contrato. A situação levantou suspeita pelo fato de a diretoria na época nunca ter apresentado o empresário e por supostamente ter havido contatos diretos dos norte-americanos antes, o que dispensaria a presença de um intermediário. Jack, cuja empresa tinha sede em Hong Kong, paraíso fiscal, acabou abrindo mão do dinheiro depois das acusações contra a gestão de Aidar. Isso aconteceu muito por força da atuação do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, que na época era presidente do Conselho Deliberativo.
Em outra ocasião, quando dos julgamentos de Aidar e Ataíde Gil Guerreiro, expulsos do Conselho, o relatório de Blum já tinha esfriado o "caso Jack". Uma das razões apontadas era que o São Paulo não tinha sido lesado, já que o pagamento da comissão nem sequer foi realizado, e não havia provas de ilegalidade no contrato.
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A decisão confirmada na segunda foi criticada por situacionistas e oposicionistas depois da reunião de Conselho Deliberativo.
A reunião também serviu para o departamento financeiro do São Paulo apresentar números expressivos, com diminuição da dívida do clube em cerca de 32%, do período de dezembro do ano passado até o momento. A atuação da diretoria neste sentido foi elogiada, mas com a ressalva feita por alguns conselheiros de que a melhora financeira não pode ser desculpa para o mau momento no futebol. O São Paulo ocupa a 12ª colocação no Campeonato Brasileiro, quatro pontos acima da zona do rebaixamento, e perdeu o jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil por 2 a 1 para o Juventude, no Morumbi.
Mas o que mais marcou o encontro foi a discussão acalorada entre dois conselheiros: o vice-presidente de comunicação e marketing José Francisco Manssur, e o ex-diretor social Antonio Donizetti Gonçalves, o Dedé. Dedé protocolou na reunião denúncia contra Manssur, acusando-o de ter entregado seus dados pessoais à Torcida Independente para que o agredisse. Manssur negou com veemência as acusações, as questionou no microfone do Conselho, e agora ameaça processar o conselheiro.
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