No próximo sábado (24), mais um passo será dado quanto ao debate sobre a possibilidade de mudança no estatuto do São Paulo. Entre uma das propostas, está a capacidade de permitir uma reeleição do presidente que está no cargo. Os associados do Tricolor estarão envolvidos na próxima etapa.
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Isso porque depois da proposta ser aprovada pelos conselheiros do clube em votação, que aconteceu no começo do mês, a decisão passará pelos associados do Tricolor.
Apesar da votação iniciada entre o Conselho ter sido virtual - como é o padrão após o início da pandemia do coronavírus - a Assembleia Geral votará de forma presencial, nos ginásios I, II e III do clube, no Morumbi. Esta será restrita apenas a sócios que tenham pelo menos dois anos de contribuição ininterrupta.
Conforme adiantado pelo LANCE!, seria o primeiro passo para a medida retornar ao estatuto do Tricolor paulista. Sua saída foi promovida por Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, em 2017.
Porém, como aconteceu na primeira etapa, alguns grupos de torcedores estão se organizando contra. De acordo com um dos argumentos citados, o ato não seria democrático e estaria se passando como ‘uma tentativa de golpe’ - uma vez que preveria uma mudança no estatuto ainda com os dirigentes no poder.
Durante a primeira votação, de acordo com apurações do L!, um grupo de cerca de 40 torcedores se organizou na frente do estádio do Morumbi e protestou contra. Desta vez, um levante está sendo erguido nas redes sociais.
A manifestação agora é pedindo para que os sócios, que terão direito de intervir e votar no sábado (25), não se coloquem a favor e votem ‘não’. O mandato de Casares vai até o final do próximo ano.
- Caberá aos sócios, mais uma vez, zelar pelo SPFC e votar NÃO. NÃO ao projeto de perpetuação no poder. Não a quem quer mudar a regra no meio do jogo. Não a quem faz articulações políticas em semana decisiva de campeonato- publicou o perfil ‘Movimento 1930’, um dos coletivos envolvidos na oposição.
- O presidente no São Paulo é eleito de forma indireta, pelos Conselheiros eleitos (100) e vitalícios (160), bastando maioria simples. O sócio não avalia diretamente a gestão. Eles elegem apenas 75 novos Conselheiros pelo voto e 25 por matrícula mais antiga - publicou o perfil 'Portão 6 - SPFC'.
Julio Casares e Olten Ayres de Abreu Júnior entraram na Justiça contra opositores que usaram as redes sociais para criticar a tentativa dos dirigentes em aprovar a reeleição da atual gestão para mais um mandato. Entre outros termos, taxaram a atitude como "golpe".
Casares processou pelo menos dois sócios do clube por difamação até a publicação desta reportagem: Kristian Carneiro Orberg e Fábio Giaconi de Brito Machado. Além da dupla, Olten ajuizou queixa-crime contra outros três integrantes do quadro associativo tricolor.
Caso a proposta seja aprovada pelos sócios, tanto Casares quanto Olten poderão tentar se reeleger por mais três anos. A principal justificativa para esses atos seria que a gestão está sendo positiva para 'reconstrução' que o São Paulo enfrenta - principalmente no quesito financeiro, uma vez que atravessa uma dívida estimada em mais de R$700 milhões.
De acordo com Mario Braga, um dos conselheiros envolvidos na primeira votação, a mudança no estatuto feita por Leco teria sido equivocada.
- Na minha opinião, essa decisão não foi benéfica para o clube, justamente por não dar a oportunidade para que uma gestão bem feita possa continuar beneficiando o clube. Dessa forma, eu acredito que existe a necessidade de sanarmos essa decisão equivocada do passado - justificou.