Telê remete a dedicação e busca por um futebol de qualidade antes do resultado. Foi isso o que ele deixou para os times que treinou. A excelência sempre em primeiro lugar. Ele cuidava dos fundamentos de cada jogador, via se o gramado estava em condições e tinha muito amor pelo que fazia.
Não à toa, o Rogério Ceni nasceu com ele. Mesmo sem ter sido titular com o Telê, Ceni é um produto do Telê. Sem ele, não poderia nem sequer ousar em ser mais do que um goleiro. Com outro técnico, nada teria acontecido.
Foi a partir do bicampeonato da Libertadores que o Brasil se reergueu. Hoje todos times a têm como menina dos olhos, mas isso estava adormecido. A forma como o São Paulo derrubou Barcelona e Milan mostrou a força daquela geração brasileira. Foi uma prévia do que seria a Copa do Mundo de 1994.
Esse fenômeno do Telê como ídolo máximo não existe talvez em nenhum lugar. Não lembro de um time brasileiro elevar um técnico a esse posto. Isso é de capitão, camisa 10, artilheiro, não de técnico.
Telê continua e continuará um símbolo além dos títulos. Espero que essa tradição seja mantida para sempre. Telê Santana é o pilar de uma era de muita saudade e está acompanhado de Rogério Ceni como as maiores figuras do clube. Logo abaixo deles, coloco Muricy Ramalho.
*Nasi, 54, é vocalista da banda de rock Ira! e são-paulino fanático.