Após encaminhar a classificação para as quartas de final da Libertadores com goleada por 4 a 0 sobre o Toluca (MEX), o São Paulo se mobiliza para não ser acometido pelo clima de oba-oba. Assim que o árbitro apitou o fim da grande jornada no Morumbi, na última quinta-feira, os profissionais do clube já agiram para conter a euforia.
A começar pelo técnico Edgardo Bauza. Na saída de campo, ele encontrou o diretor de futebol Luiz Cunha eufórico no corredor do vestiário e nem deixou o dirigente manifestar a alegria. Já se antecipou:
– O encontrei no túnel e quando eu fui para felicitá-lo, ele já foi falando: “Ganhamos 90 minutos, ainda temos mais 90. Só vamos comemorar depois” – contou Luiz Cunha.
Bauza estendeu a recomendação aos jogadores no vestiário e reforçou em entrevista coletiva. Desde então, a diretoria adota o mesmo discurso e age para que o time não se deixe levar pelo ótimo momento.
A análise do departamento de futebol, comandado pelo diretor executivo Gustavo Vieira de Oliveira, é clara. É momento de saborear a vitória, mas ela apenas simboliza uma etapa do trabalho que foi cumprida. É preciso manter a pegada.
No treino de sábado, houve duas amostras deste movimento de preservação do ambiente que foi formado. No treino, houve um desentendimento entre Lyanco e Wesley. O zagueiro primeiro trocou entradas duras com Calleri e depois atingiu o volante com o braço. Wesley não levou na boa.
– Está louco, vai bater nele, c...! – esbravejou para Lyanco e como se apontasse para Calleri.
A situação se acalmou e, logo após a atividade, o auxiliar Renê Weber entrou em cena. Ele conversou com Lyanco e tentou passar tranquilidade ao garoto de 19 anos. O zagueiro parecia sentido pela cena.
Já depois da atividade, o preparador de goleiros Carlos teve um papo reservado de mais de uma hora com o goleiro Renan Ribeiro. Ele substituiu Denis na quinta, mas Bauza já avisou que o titular voltará ao gol.
O São Paulo encontrou um rumo. Agora faz de tudo para não sair dele.