Quem vê o médico Luiz Tonon dedicado ao embelezamento dos pacientes não imagina que ele sofreu com sua aparência a ponto de fazer tratamento para depressão. Proveniente de uma família com histórico de obesidade - pai, mãe e irmã -, ele chegou a retirar 3 kg de pele e gordura em uma abdominoplastia em 2009, mas foi à base de muitos exercícios físicos e uma alimentação regrada que ele conseguiu eliminar mais de 40 kg em um período de dois anos e meio.
"Embora tenham retirado poucos quilos, a abdominoplastia elevou minha autoestima a níveis que eu nunca havia tido e me deu ânimo para correr, literalmente, atrás. Busquei endócrinos, nutricionistas e comecei a fazer exercícios físicos. Corria 1 hora por dia na praia na hora do meu almoço e à noite ia para a musculação. Posso dizer que corrida e musculação foram o que mais me ajudaram nesse processo. Dois anos e meio depois eu já estava transformado, com meu psicológico renovado", relembra o médico.
Da vergonha de falar em público e se relacionar socialmente, Dr. Tonon se tornou referência na medicina e dermatologia por sua expertise em Fios de Sustentação. Hoje ele ministra palestras pelo Brasil e o mundo compartilhando sua experiência, além de ajudar os pacientes a melhorarem sua autoestima.
"O corpo perfeito não existe, o que existe é o corpo ideal para você, aquele com o qual você se sente bem, que você não tem vergonha de vestir uma roupa, ir à academia, que não te impeça de ter uma vida social saudável. A gente tem que se amar do jeito que a gente é, mas obviamente conectado à saúde mental. Se alguma coisa está prejudicando sua saúde mental ou metabólica, a gente tem que correr atrás", explica.
O especialista também atenta para um mal bastante comum nas mídias sociais: o mito do corpo perfeito. É quase uma regra ver no Instagram, por exemplo, pessoas com rostos e corpos esculturais, aparências consideradas padrão, mas que, na realidade, muitas vezes são fruto de edições e filtros. Entretanto, são capazes de mexer com a autoestima de quem está de fora.
"A gente vive em uma espécie de máfia de mídias sociais de padrões estéticos que não existem. Muitos pacientes chegam aqui com baixa autoestima porque o supercílio de uma modelo ficou maravilhoso em um procedimento de 'fox eyes’ e o paciente quer fazer também para tentar chegar naquele padrão. Isso eu falo que é futilidade. Para tudo existe um estudo facial e corporal para que possamos entender as reais necessidades daquela beleza, a gente não pode sair fazendo o que a gente vê por aí, o que é propagado por conta de efeitos de marketing do mercado", alerta o Dr. Tonon.
Todavia, é preciso entender que existe uma linha tênue entre futilidade e necessidade quando se trata de procedimentos estéticos, como explica o médico.
"Por exemplo, se uma menina de 18, 19 anos, chega no meu consultório dizendo que uma ruguinha está prejudicando sua saúde estética e impactando no seu Heath Mind, eu busco conversar com ela, fazer um questionário e entender se aquela ruguinha pode fazer com que ela desenvolva um impacto social e mental. Muitas vezes, um procedimento simples pode melhorar a autoestima e a forma de viver de uma pessoa", conclui.