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Médico referência em burnout explica esgotamento profissional no esporte

Conhecido como Dr. Burnout, José Fernandes Vilas comenta sobre a síndrome no ambiente esportivo<br>

(Foto: Divulgação)
imagem cameraOvertraining reflete o esgotamento físico e mental de atletas (Foto: Istock)
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Lance!
Rio de Janeiro, RJ
Dia 20/09/2022
14:55

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Atualmente, a síndrome conhecida como burnout tem ganhado notoriedade devido ao maior índice de esgotamento profissional das pessoas, através do aumento do estresse no cotidiano laboral, excesso de cobranças por produtividade, gerando exaustão, estresse grave, improdutividade e até absenteísmo (falta no trabalho).

No esporte, isso não é diferente, sobretudo pelo desgaste físico intenso nos atletas, gerando, posteriormente, profundo desgaste mental, como explica o médico José Fernandes Vilas.

O overtraining, termo popularizado no esporte, reflete o esgotamento físico e mental de atletas, sendo um fenômeno sinônimo ao burnout. O doutor afirma que os indícios e sintomas das síndromes em cada caso são os mesmos; porém, no esporte, a alta performance física adoece e nos outros ambientes profissionais, é cura e prevenção.

“A síndrome acontece quando um trabalhador se dedica, vai se entregando e à medida que se dedica para bater suas metas, ele gasta energia, tendo que repor. Quando ele dá o melhor de si, e não repõe suas energias, pode levar ao burnout, que se caracteriza por exaustão física e mental, ausência de pertencimento ao local de trabalho e frieza no trato em relação às demandas de trabalho”, afirmou o doutor.

“O overtraining é um termo utilizado dentro do esporte, no qual o atleta de alta performance, se não descansa, não tem uma alimentação adequada, uma boa saúde mental e base psicológica, essa dedicação extrema ao esporte faz com que o atleta entre no mesmo quadro do burnout. O esporte é uma atividade laboral que trabalha com o físico. Estamos trocando apenas os ambientes”, completou.

Segundo pesquisa feita pelo ISMA-BR (International Stress Management Association) em 2021, o Brasil aparece em segundo lugar no ranking de pessoas com a síndrome de esgotamento mental no mundo. No esporte, atletas como Flávia Saraiva e Gabriel Medina já sofreram com burnout. O tratamento para a síndrome entre atletas e não-atletas é semelhante, mas com uma diferença específica. Enquanto a atividade física funciona em quem não pratica esporte profissionalmente, com esportistas é justamente o contrário, por ser o seu trabalho.

“No burnout, um dos remédios é o exercício físico. Já no overtraining (burnout em atletas de alta performance) é a ausência dele que faz a pessoa melhorar, pois a profissão dele já é baseada na atividade física. Então, o cérebro dele não irá encarar isso como uma atividade de prazer, mas sim, laboral, que gera desgaste e exaustão no atleta”, disse José Fernandes Vilas.

Alguns dos sinais para estar em observação tanto em casos suspeitos de burnout, como de overtraining são: irritabilidade, lapsos de memória, indisposição, falta de produtividade e sono irregular.

“O exagero é o caminho para o adoecimento. A cura está no equilíbrio do que se faz no dia a dia no trabalho quanto na vida pessoal” acrescenta o médico José Fernandes Vilas.

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