“Fiz uma tatuagem. Posso treinar?”. Essa é uma dúvida frequente de quem decide eternizar uma arte na pele, em especial no Brasil, que ocupa o 9º no ranking de pessoas tatuadas, segundo o Instituto Alemão Dalia. A verdade é que, pelo bem do resultado final, e para evitar infecções, o ideal é que a tatuagem esteja cicatrizada para voltar aos treinos.
A tatuadora Ale Rosa explica que a tatuagem recém realizada é como um machucado que precisa sarar e por isso está suscetível a inflamações e infecções. É isso que restringe a pessoa de realizar atividades físicas enquanto a cútis está em processo de cicatrização.
“Devido à transpiração e à elevação da temperatura, características que o corpo assume durante a prática esportiva, a cicatrização pode passar por uma aceleração, o que prejudica o resultado final da arte, já que o corpo pode expelir a tinta antes que ela se fixe na camada certa da pele, ocasionando falhas no desenho”, explica.
A biossegurança também entra em jogo, já que a exposição da tatuagem a um ambiente de academia, onde os objetos são compartilhados, pode aumentar os risco de infecções.
“O atrito com os objetos e o contato com o suor de terceiros podem levar bactérias para o local da tatuagem. Além disso, a alimentação também deve ser adequada para evitar inflamações”, destaca Ale Rosa.
Por quanto tempo ficar sem treinar?
O tempo de pausa em atividades físicas é de, no mínimo, sete dias, para o caso de praticantes de atividades aeróbicas ou cardio. Entretanto, a depender da localização da tatuagem, Ale Rosa destaca que há cuidados e exercícios que precisam ser evitados.
“A pessoa não deve gerar atrito no local da tatuagem. Por exemplo, em uma tatuagem feita na região da costela, o recomendável é não fazer abdominais por uns 15 dias. Já no caso de uma arte eternizada na região do bíceps, o ideal é que a musculação seja interrompida pelo mesmo período”, recomenda.
No caso de exercícios realizados na água, como a natação, a pessoa que não pode se abster dos treinos não deve usar um curativo adequado para evitar o contato do líquido com a tatuagem.
“O ideal é que o praticante volte às piscina apenas quando a cicatrização estiver completa”, diz a tatuadora.