Por Eduardo Tironi, especial para o Lance!
Há 10 anos o futebol brasileiro vivia a página mais vergonhosa de sua história: o 7 a 1 sofrido contra a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo. Na ocasião, escrevi um texto neste Lance! abordando um dos aspectos daquela espécie de apocalipse da bola diante de tantos outros que foram descortinados ao longo dos anos seguintes.
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Falei sobre a valorização do sofrimento como caminho para o sucesso, devidamente liquidada quando uma Alemanha que se divertiu o tempo todo no Brasil fez o que fez contra os "guerreiros" brasileiros comandados por Felipão.
10 anos se passaram, mas esta mesma cultura do sofrimento ainda está impregnada no nosso futebol. Conquistas são atos sempre heróicos e quase inexplicáveis (muitas vezes para jogadores e treinadores apenas "Deus explica").
Se este foi um aspecto não evoluído desde o 7 a 1, outros também seguem quase estancados. Quase todo o avanço tático que é possível ver no jogo praticado no Brasil tem como responsáveis treinadores estrangeiros que desembarcaram por aqui para dominar o mercado. Jorge Jesus fez o que fez em 2019, Abel Ferreira dá as cartas há anos. São níveis de trabalho muito acima do que colegas brasileiros são capazes de produzir.
O Brasil acaba de ser eliminado da Copa América desempenhando um futebol risível. No comando do time, Dorival Júnior, treinador que pintou como o melhor brasileiro do momento depois de uma tentativa terrivelmente fracassada com Fernando Diniz (aquele que muita gente dizia como diferente e melhor pela sua ousadia).
Após o 7 a 1, se havia alguma esperança de que as coisas melhorariam ela estava depositada no fato de que ali parecia ser o fundo do poço. O tempo tratou de mostrar que o poço é realmente fundo e que para sair dele será necessário muito mais do que foi feito até aqui.
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Os oito gols do especial 10 anos do 7 a 1 do Lance!
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2 a 0: Goleada afetou até a mística da camisa 10
3 a 0: As mentiras de 2014 seguem vivas
4 a 0: As marcas do resultado mais surpreendente das Copas
5 a 0: A relação do trauma com a avalanche de técnicos estrangeiros no Brasil
6 a 0: Os números da crise de resultados
7 a 0: título alemão coroou projeto que o Brasil precisa começar
7 a 1: Ações buscam reaproximar Seleção da torcida