A Seleção Brasileira encerrou um jejum de cinco jogos sem vitória nesta terça-feira ao bater a Coreia do Sul por 3 a 0. Em Abu Dhabi, a equipe de Tite fez um bom jogo e de quebra, ainda marcou um gol de falta, o que não acontecia desde 2014. Após o resultado positivo, o técnico brasileiro concedeu entrevista coletiva.
- Estamos numa fase, terminamos a fase de oportunidades, de mudanças, modificações de sistema, oportunizar nomes. Agora termina esse ciclo para a gente ter condições de projetar competições, que a necessidade de desempenho e resultado existe. Foi um jogo bonito, plasticamente bem jogado, com as duas equipes se propondo jogar. As duas faziam pressão alta e tentavam sair jogando, isso oportunizou um jogo mais bonito - comentou Tite.
Confira outros trechos da entrevista do treinador brasileiro:
Alívio?
- Me incomoda em alto nível a gente não ter. Eu falei que não estava satisfeito com o resultado, mas tem que ser duro, casca grossa. Se eu estou desequilibrado, não tenho a experiência que tenho, os garotos entram numa pressão desgraçada e não produzem. Sei como é o processo de construção. A função de vocês é comentar, críticas e elogios são do jogo, a gente tem que saber. Claro que não nos deixa mais feliz... Não sei se é o termo (aliviado). Mas deixa feliz, ainda mais com desempenho. Usaram o termo suficiente, mas para mim é mais, é bom. Fizemos o terceiro gol trocando 48 passes. É pouco, foi uma vitória só, eu sei que é pouco, queríamos ter melhor resultado, mas vai se construindo.
Satisfeito?
- De resultado, não. Minha expectativa era de melhores resultados. De performance, alternada. A gente teve infelicidade de quando estava melhor... exemplo: estava melhor e criando três oportunidades contra a Argentina, não fizemos e tomamos. Jogo assim te massacra, foi duro. Eu não sei, mas sair importante num jogo desse poderia ser significativo. Hoje teve uma performance mais durante o jogo todo naquilo que a gente busca. Mas o objetivo maior era dar minutagem aos atletas e ter jogadores se firmando. Exemplo: quando tem Paquetá, Militão, Fabinho, Lodi... eu digo: opa!
Minutos aos novatos
- Tem sentido a tua observação, vou fazer o link com a pergunta do Kallaz ontem. Uma coisa é lançar o Rodrygo no Real que está estruturado. A outra é o cuidado que tenho numa equipe que se remontou, se reestruturou. Essa é a diferença que eu faço. É difícil ter uma coordenação de movimentos fazendo uma série de modificações. Conversamos no banco: 'Vamos substituir'. Mas foi tão difícil organizar a equipe, estava perto do quarto, por que eu traria protagonismo para mim? Pode construir com Rodrygo, Douglas, mas dá oportunidade ao Fabinho, ao Lodi. Essa construção passa por etapas. Poderia ser, mas preservando continuidade e bom momento da equipe.
Logística dos amistosos
- O que mais eu tenho certeza é qualidade do gramado, isso eu te asseguro. E fuso-horário. Cara, tinha momentos que eu tonha que tomar café toda hora para elevar meu nível de concentração. E a qualidade do gramado. Quando tu entra no gramado que tinha hoje, tu diz 'pô, hoje vai jogar'.