Foi no ‘fio do bigode’, mas os últimos dias marcaram o aceno de Carlo Ancelotti para assumir a Seleção Brasileira na próxima temporada. O treinador italiano não pode assinar documento algum que o vincule à CBF, pois tem contrato com o Real Madrid, da Espanha, até junho do ano que vem, mas ele já está apalavrado com a entidade máxima do futebol brasileiro. Se tudo ocorrer como o esperado, o anúncio será feito em janeiro de 2024.
E esse acerto só aconteceu graças à insistência do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que buscou Ancelotti até a última instância. Até mesmo quando internamente já davam como certa a negativa do treinador. Ter acreditado na aposta é visto na entidade como um mérito exclusivo do cartola.
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Ednaldo fez questão de ir até a Europa com a delegação da Amarelinha, que disputa os amistosos contra Guiné e Senegal, na Espanha e em Portugal, respectivamente, para apresentar pessoalmente o projeto da Seleção Brasileira aos representantes de Ancelotti. E a resposta do treinador foi com muito otimismo. A recepção positiva fez com que fosse pensado em um projeto de transição durante o período em que o italiano cumpre o seu contrato com o Real Madrid.
Diversos cenários foram pensados antes da viagem de Ednaldo à Europa, mas todos eles dependiam da receptividade de Ancelotti ao convite para dirigir o Brasil. Entre eles estava a utilização de um profissional da confiança do treinador até a chegada dele ao Rio de Janeiro, no ano que vem, conforme foi publicado pelo Lance! no último dia 14 de junho. No alinhamento, ficou decidido que a pessoa de indicação de Carlo exercerá um cargo de maior influência nas decisões junto à direção da CBF, muito possivelmente o de coordenador de seleções. A tendência é que isso seja definido até o fim do mês, quando é programado um pronunciamento do presidente da Confederação Brasileira de Futebol sobre o futuro da Seleção.
Ainda que criticado por parte da opinião pública pela espera por Carlo Ancelotti, Ednaldo acredita que o projeto acerca do técnico é o melhor possível para a Seleção Brasileira e mostra algumas mudanças de posturas em relação a gestões anteriores da CBF, principalmente mostrando publicamente que a entidade está mais preocupada com um projeto vitoriosos para o futebol Verde e Amarelo do que com o ‘pedestal’ que sempre existiu.
Carlo Ancelotti é visto como alguém exatamente dentro do perfil esperado pela entidade máxima do futebol brasileiro. Além de ter um currículo vitorioso, ser respeitado internacionalmente, trazer ideias da Europa, que hoje possui o melhor futebol de clubes no mundo, e conhecer a base dos atletas brasileiros, o profissional também tem uma ótima imagem e relação institucional, o que é bastante considerado pela CBF.