A decepção pela eliminação precoce na edição centenária da Copa América, ocorrida no domingo passado, vai muito além de um resultado surpreendente ou mesmo polêmica. Duas tristes coincidências, com personagens bem definidos para a Seleção e o próprio Dunga, voltaram a assombrar o ainda mais complicado cenário da equipe verde e amarelo.
O Gillete Stadium, localizado em Foxborough, perto de Boston, foi palco também de outra derrota histórica do Brasil. Em 2008, durante amistoso na data Fifa, a Seleção perdeu pela primeira vez em sua história para a Venezuela, um freguês histórico. Coincidência ou não, o treinador era Dunga no revés de 2 a 0. Oito anos depois, o comandante revive a sensação de entrar para a história com um aspecto ruim ao ser eliminado na primeira fase da Copa América (algo que não acontecia desde 1987) e de não ser superado pelo Peru (desde 1985).
Outro dado nestas coincidências do futebol diz respeito ao próprio Peru. Afinal de contas, a classificação histórica veio através de um gol irregular (Ruidíaz escorou cruzamento de Polo com o braço). E não foi a primeira vez que os peruanos foram personagens diretos de uma eliminação polêmica da Seleção. Na Copa do Mundo de 1978, o Brasil, invicto, fez a sua parte na última rodada da segunda fase e venceu a Polônia. Com o resultado, a Argentina, anfitriã, precisaria vencer o Peru por pelo menos quatro gols. Goleou por 6 a 0 e uma série de versões dizem que o jogo foi comprado. Além disso, o goleiro titular da seleção peruana (Quiroga) era argentino naturalizado peruano.
Como se pode ver, até mesmo as coincidências parecem não querer dar uma ajuda para a fase da Seleção Brasileira e de Dunga.