Neymar admite que não está 100% fisicamente para as partidas contra a Bolívia e Peru, as duas primeiras das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. O atacante da Seleção Brasileira não atua em uma partida oficial há quase sete meses. A última vez foi no dia 19 de fevereiro, quando defendeu o PSG contra o Lille, pelo campeonato francês.
O camisa 10 do Brasil ainda não estreou pelo seu novo clube, o Al-Hilal, da Arábia Saudita. Mas o treinador Jorge Jesus, da equipe árabe, criticou a convocação do jogador, alegando que o profissional estava machucado.
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Ainda que admita que está fora da sua melhor condição física, Neymar disse que foi convocado para vestir a Amarelinha em outras ocasiões estando no mesmo estado que se encontra no momento.
- Não é a primeira vez que venho convocado para a seleção dessa forma. Há alguns anos aconteceu a mesma coisa e joguei os 90 minutos. Se não me engano, foi contra a Colômbia, nos EUA. Me sinto bem, me sinto feliz, mas obviamente não estou 100% fisicamente. Mas a cabeça está boa, o corpo está bom. Não levo as palavras que o (Jorge) Jesus falou na época como maldade, mas sim para preservar o seu jogador. Eu iria jogar o último jogo, mas acabei levando uma pancada no treino, ele optou por me deixar fora do jogo e vir jogar na Seleção. Não tem mistério, jogar futebol independente do tempo que fique parado, sempre vai saber jogar futebol. É que nem andar de bicicleta - disse o atleta em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (7), antes do treinamento da Seleção, em Belém, no Pará.
Fora das convocações do interino Ramon Menezes, para os amistosos contra Marrocos, Guiné e Senegal, por conta de uma lesão no tornozelo direito, o jogador admitiu que estava com saudades de vestir a camisa amarela. A última vez que ele representou o Brasil foi justamente na eliminação da Copa do Mundo do Qatar, em novembro do ano passado, contra a Croácia.
Após a desclassificação nas quartas de final do Mundial, Neymar chegou a colocar em dúvida a sua continuidade na Seleção, mas voltou atrás e deve participar do ciclo até a próxima Copa.
- Já saiu de casa? Sentiu saudade? Eu também. É óbvio que quando se está com a cabeça totalmente pensando na derrota que você teve, é triste. São 13 anos de Seleção, uma hora eu sei que vai acabar, naquele momento, eu deixei em dúvida porque era o que passava na minha cabeça. Nunca vou fazer joguinho, falar que não vou fazer e vou, sempre sou muito direto. Se tenho dúvida, é a verdade. Se tiver que voltar, vou falar que senti saudade e vou voltar. Foi isso que aconteceu - comentou Neymar.
ELOGIOS A FERNANDO DINIZ
A estreia brasileira nas eliminatórias, contra a Bolívia, nesta sexta-feira (8), no Mangueirão, será a primeira vez que Neymar trabalhará junto com o técnico Fernando Diniz, que estreará no comando da Amarelinha justamente nesta partida.
- Diniz é um cara que faz um trabalho completamente diferente de tudo que já presenciei. É outro tipo de futebol. Tem mentalidade diferente do que já tive. A maioria dos treinadores que tive fazia quase as mesmas coisas. Ele gosta de reinventar o futebol, de te dar opções. É um cara muito interessante. Ele me perguntou o que achava do jogo dele, e eu falei: "Achei muito diferente". A gente conversa, eu, Casemiro, Marquinhos. Falei que era muito diferente, mas muito prazeroso, de chegar na Seleção depois de 13 anos e colocar um estilo completamente diferente, que você nunca fez. Vai ser muito importante para a Seleção, para nós, jogadores, aprender uma coisa nova - afirmou o atacante.
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Mesmo sabendo das características de Fernando Diniz, Neymar não acredita que o time com o novo comandante será tão diferente em relação ao trabalho que era comandado por Tite até o ano passado.
- Taticamente, é difícil mudar o estilo de jogo que a gente tem na Seleção, o meu posicionamento principalmente, acho que não muda muito, continua bem parecido com o que era no Tite - destacou o jogador.