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Convocação desequilibrada deixa Seleção engessada em substituições

Micale tem escalado Seleção com dois meias e somente um volante, mas tem quantidade inversa no banco de reservas. Rafinha e Luan acabam sendo únicas opções ofensivas

Brasil x Africa do Sul (Foto:Lucas Figueiredo / MoWA Press)
imagem camera(Foto:Lucas Figueiredo / MoWA Press)
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Lance!
Enviado especial a Salvador (BA)
Dia 08/08/2016
21:26
Atualizado em 09/08/2016
16:36

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Nas duas partidas da Seleção Brasileira na Olimpíada, contra África do Sul e Iraque, o técnico Rogério Micale recorreu aos mesmos reservas: o meia Rafinha, o atacante Luan e o lateral William, que entrou no fim dos jogos. Mais do que preferências do treinador, as alterações evidenciam a limitação do elenco canarinho.

A conta não fecha. O Brasil é escalado com um volante, Thiago Maia, e dois meias, Renato Augusto e Felipe Anderson. No banco de reservas, contudo, o número está invertido: dois volantes, Wallace e Rodrigo Dourado, e só um meia, Rafinha. Assim, quando Micale precisa de alternativas ofensivas, ele fica de mãos atadas. Tem Luan para o ataque, Rafinha para o meio e...só!

Além de o grupo de atletas ser enxuto (são apenas 18 jogadores, sendo 2 goleiros), ele está desequilibrado. O problema tem relação direta com a dificuldades em conseguir a liberação de atletas. Na lista inicial de convocados para a Rio-2016 estavam o meia-atacante Douglas Costa e o volante Fred. O primeiro poderia atuar aberto pela ponta, mas também ajudar na criação, enquanto o segundo é versátil e tanto marca como se apresenta no ataque. Renato Augusto e principalmente Wallace, convocados para os lugares deles, não dão tantas alternativas.

Para tentar ter mais opções, Micale apostou em atletas versáteis, que podem desempenhar mais de uma função na equipe. É o caso de Rodrigo Caio, zagueiro e volante, Zeca, que atua nas duas laterais, e até Rafinha, que pode atuar mais recuado ou avançado no meio de campo dependendo da necessidade.

Antes mesmo da estreia do Brasil na Olimpíada a falta de opções ofensivas da Seleção foi abordada com Micale. Ele encarou o assunto com bom humor, mas reconheceu a carência:

- Eu já iniciei com esse time e já coloquei em campo Rafinha e Luan, como vou mudar? Jesus Cristo! Já abri mão de todas as possibilidades ofensivas... Só Jesus Cristo - declarou o treinador, que admitiu não ter um "plano C" além do esquema com quatro atacantes.

Sem muitas alternativas nem tempo para treinar, Rogério Micale tenta preparar o Brasil para enfrentar a Dinamarca, quarta-feira, às 22h, duelo que vale a classificação para as quartas de final da Olimpíada.

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