Seleção Brasileira costuma transformar fiascos em conquistas
Erros cometidos em 66, 90 e 98 serviram de aprendizado para levarem time canarinho ao caneco na edição seguinte. Será que o 7 a 1 vai virar combustível na luta pelo hexa?
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A Seleção Brasileira se classificou para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, ao bater o Paraguai por 3 a 0 na noite de terça-feira. O técnico Tite completou o oitavo jogo seguido com vitória nas Eliminatórias, mudando de vez a cara do time canarinho, que havia perdido boa parte de seu prestígio com a impiedosa goleada de 7 a 1 sofrida para a Alemanha nas semifinais do Mundial de 2014.
Presentes naquela Copa do Mundo, os laterais Daniel Alves e Marcelo, o zagueiro Thiago Silva, os volantes Fernandinho e Paulinho, o meia Willian e o atacante Neymar foram convocados e estiveram na Arena Corinthians para o jogo contra o Paraguai. Podem, de certa forma, montar uma base para a Rússia. Mau sinal? Pelo contrário, a história é rica em fiascos transformados em título pela Seleção Brasileira. Abaixo relembre alguns:
1966-1970
O Brasil chegou com um time bem envelhecido para o Mundial da Inglaterra e acabou enfrentando uma série de problemas políticos, com interferências na convocação do técnico Vicente Feola. Este, por sinal, mesmo tendo sido campeão em 1958, era muito criticado, principalmente por uma suposta falta de comando. Pelé já era um craque estabelecido, porém, não conseguiu segurar o rojão sozinho. Garrincha, que dividia com ele a responsabilidade, também não estava mais com a mesma capacidade.
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Porém, alguns jogadores aprenderam muito com a campanha de 1966, um 11º lugar que só foi uma participação melhor do que a do distante Mundial de 1934, na Itália. O Brasil não passaria da primeira fase. O zagueiro Brito, os meias Tostão e Gérson e o atacante Jairzinho, por exemplo, foram fundamentais na campanha de 1970, assim como Pelé, que no México mostraria que a Copa de 1966 foi mesmo uma série de equívocos.
Campeões mundiais em 1970 que estiveram em 1966: Brito, Tostão, Gérson, Edu, Jairzinho e Pelé
Campanha em 1966
Brasil 2 x 0 Bulgária
Hungria 3 x 1 Brasil
Portugal 3 x 1 Brasil
Campanha em 1970
Brasil 4 x 1 Tchecoslováquia
Inglaterra 0 x 1 Brasil
Brasil 3 x 2 Romência
Brasil 4 x 2 Peru
Uruguai 1 x 3 Brasil
Brasil 4 x 1 Itália
1990-1994
Um exemplo de que um vexame histórico pode se reverter em uma conquista foi o tetra de 1994, vencido nos Estados Unidos. O capitão daquele time, o ex-volante Dunga, foi massacrado pela mídia e pela torcida, tratado como símbolo da péssima campanha de quatro anos antes, em 1990, quando os canarinhos foram eliminados nas oitavas de final pela Argentina. Um fardo muito grande para ser carregado sozinho por um homem, o homem da "Era Dunga".
Dunga fez parte de uma Seleção Brasileira que chegou ao torneio da Itália com Sebastião Lazaroni muito criticado. A imprensa paulista tratava o treinador como fruto do "carioquismo da CBF". Uma guerra envolvendo atletas e patrocinador mostrava um elenco mais preocupado em quanto iria ganhar do que em quanto poderia jogar. O desempenho foi sofrível.
A maior parte do tempo no banco de reservas em 1990, a dupla Bebeto e Romário parecia assimilar o aprendizado e quatro anos depois, nos Estados Unidos, brilhou e conduziu o Brasil ao tetra, dessa vez sob o comando de Carlos Alberto Parreira. Taffarel foi outro remanescento daquele fiasco a brilhar em terras norte-americanas.
Campeões mundiais em 1994 que estiveram em 1990: Taffarel, Jorginho, Dunga, Branco, Romário, Aldair, Muller, Bebeto, Mazinho e Ricardo Rocha
Campanha em 1990
Brasil 2 x 1 Suécia
Brasil 1 x 0 Costa Rica
Brasil 1 x 0 Escócia
Brasil 0 x 1 Argentina
Campanha em 1994
Brasil 2 x 0 Rússia
Brasil 3 x 0 Camarões
Brasil 1 x 1 Suécia
Estados Unidos 0 x 1 Brasil
Holanda 2 x 3 Brasil
Suécia 0 x 1 Brasil
Brasil 0 (3) x 0 (2) Itália
1998-2002
Sob o comando de Zagallo, o Brasil chegou como favorito ao Mundial de 1998 na França e foi avançando sem maiores sustos para as fases decisivas. Porém, o que ninguém poderia imaginar é que na grande decisão, diante da França, os canarinhos levariam um show de bola e perderiam de 3 a 0. Uma convulsão sofrida na concentração pelo craque Ronaldo, que chegou a ameaçar a sua escalação, teria sido o motivo do abatimento. outros, falam em uma briga no vestiário. O certo é que a Seleção Brasileiro voltou da Europa com um gosto amargo.
Quatro anos depois, na primeira Copa do Mundo na Ásia, Luiz Felipe Scolari era o comandante. Ronaldo, após quatro anos brigando contra lesões, chegou desacreditado e acabaou "roubando" a cena. Foi o craque do torneio e mostrou que tinha guardado bem escondido o sonho que havia lhe escapado das mãos em território francês. Outras peças importantes estiveram na França e foram fundamentais na Àsia, como os laterais Cafu e Roberto Carlos e o meia Rivaldo.
Campeões mundiais em 2002 que estiveram em 1998: Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldo, Denilson e Dida
Campanha em 1998
Brasil 2 x 1 Escócia
Brasil 3 x 0 Marrocos
Brasil 1 x 2 Noruega
Brasil 4 x 1 Chile
Brasil 3 x 2 Dinamarca
Brasil 1 (4) x 1 (2) Holanda
França 3 x 0 Brasil
Campanha em 2002
Brasil 2 x 1 Turquia
Brasil 4 x 0 China
Costa Rica 2 x 5 Brasil
Brasil 2 x 0 Bélgica
Inglaterra 1 x 2 Brasil
Brasil 1 x 0 Turquia
Alemanha 0 x 2 Brasil
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