Dunga vai reviver Copa América sem Neymar. Desfecho igual ou guinada?

Técnico da Seleção está pressionado e não terá craque. Ele fica à prova mais uma vez

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A CBF tentou, tentou e tentou. Mas o Barcelona, no direito dele, não liberou Neymar para duas competições que a Seleção Brasileira tem pela frente, e Dunga não terá o camisa 10 na Copa América Centenário, nos Estados Unidos. Assim como no final da campanha brasileira na Copa América-2015, no Chile, a equipe vai ter que se virar sem o craque. Ano passado, com Neymar suspenso a partir do terceiro jogo, o fim da história foi infeliz, com a eliminação nos pênaltis nas quartas de final contra o Paraguai.

Tudo bem que isso ultimamente não tem sido coisa rara, já que Neymar perdeu três das seis partidas pelas Eliminatórias - duas pelo gancho recebido da Conmebol (pela indisciplina justamente na Copa América passada) e uma por ter levado o terceiro cartão amarelo.

Mas do jeito que a pressão está grande, ter que abrir mão de Neymar - a quem Dunga escolheu para ser a liderança técnica e capitão - é um problema. A CBF internamente considera a Copa América como um ultimato para o treinador da Seleção. Um novo vexame pode custar o cargo dele e nem a Rio-2016 pode chegar para Dunga. Assim, a opção de privilegiar a busca pela inédita medalha de ouro pode se transformar em uma armadilha.

Sem Neymar, o protagonismo na Seleção Brasileira - que atualmente se limita a ele - vai ter que ser assumido por outros. Willian e Douglas Costa, pelo que ambos têm apresentado em Chelsea e Bayern de Munique, são os candidatos naturais. Dunga conta e muito com eles.

Outra questão que é trazida à tona com a saída de Neymar é o esquema tático da Seleção. No último jogo, contra o Paraguai, Dunga usou o 4-1-4-1 com Ricardo Oliveira de centroavante, coisa que não tinha feito desde o início contra o Uruguai. O falso 9 da escalação tinha sido Neymar.

Mas, além disso, abre-se uma brecha na lista de convocados que o treinador vai anunciar no dia 5 de maio. Pela lógica das última convocações, não é absurdo imaginar que Kaká, se estiver saudável e que já aparece em peças promocionais da Copa América nos EUA, tenha lugar na lista. Ao mesmo tempo, caberia Philippe Coutinho, que alternou entradas e saídas nas convocações recentes.

A ausência de Neymar é notícia animadora também para Jonas e Roberto Firmino. A briga dos dois por uma vaga, partindo do pressuposto que Kaká já teria espaço assegurado, ficaria mano a mano.

Por fim, ainda entra o quesito liderança. Miranda, titular incontestável na zaga, é o herdeiro natural do status de capitão. E, aos poucos, vai gerando motivos para ficar com a faixa em definitivo.

Se conseguir vencer a Copa América sem o craque, Dunga, ainda que não vire unanimidade nacional, tem tudo para manter a cabeça no pescoço e, enfim, voltar a trabalhar com Neymar na busca pelo ouro.

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