A única coisa que funcionou no primeiro tempo da Seleção Brasileira em Caracas: a derrapada sincronizada de Marquinhos e Fabinho dentro da área no gol da Venezuela.
Precisão olímpica em um lance que começou com Lucas Paquetá fingindo marcar Soteldo, que cruzou livre para Eric Ramírez abrir o placar. O Brasil criou pouco e, quando criou, desperdiçou chances com Gabigol e Gabriel Jesus. Gerson, que não vive boa base no Olympique de Marselha, abusou da lentidão na condução das jogadas.
O Brasil acordou no segundo tempo, virou a partida e manteve a campanha 100% nas Eliminatórias. Mas a explicação para a a fraca atuação coletiva estava do lado de fora: sem Neymar, suspenso, o time comandado por Tite foi mais uma vez previsível e incapaz de brilhar.
A baixa competitividade dos adversários sul-americanos e a falta de amistosos contra as potências europeias tornam o cenário preocupante para a Copa do Mundo. Tite, desta vez, acertou ao abrir o leque e buscar mais alternativas para o elenco, e Raphinha, do Leeds, foi o destaque positivo. Mas o primeiro dos três últimos jogos da Seleção na temporada não diluiu as incertezas.
O Brasil que sobra nas Eliminatórias não atingiu o estágio para entrar como um dos favoritos no Qatar. Camisa e história pesam, mas é a bola que mais influencia na balança atualmente. Há tempo para evoluir, resta saber se há recursos e oportunidades suficientes para isso.
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