Rogério Caboclo, enfim, deixou a presidência da CBF. Após a denúncia de assédio sexual e moral feito por uma funcionária e de ser confrontado por jogadores da Seleção Brasileira ao articular a mudança de sede da Copa América, o dirigente ficou isolado.
Depois de ignorar as recomendações de cartolas e familiares, coube à Comissão de Ética do Futebol Brasileiro determinar o afastamento temporário por 30 dias. A decisão provavelmente viabiliza a participação dos comandados de Tite na Copa América, mas não resolve os problemas que permeiam mais uma vez a CBF, a um ano da Copa do Mundo. As acusações contra Caboclo são gravíssimas e exigem uma investigação profunda.
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Ao mesmo tempo, o apoio do presidente Jair Bolsonaro para a realização do torneio no Brasil, que continua capengando no combate à pandemia, trazem sinais preocupantes de interferência indireta sobre a CBF - o jornalista André Rizek, do SporTV, afirma até que Caboclo prometeu a Bolsonaro demitir Tite e substitui-lo por Renato Portaluppi, treinador publicamente favorável ao governo.
Os jogadores deram o recado na vitória contra o Equador. Nas comemorações de gol e na fala de Casemiro, o capitão, após a partida, o apoio a Tite ficou escancarado. Amanhã, após o duelo contra a Venezuela, o técnico e o elenco prometeram se posicionar sobre o conflito.
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A saída do presidente da CBF pode ter algum efeito imediato, mas ainda faltam posicionamentos mais contundentes das lideranças da Seleção. Sem Caboclo, agora é hora de abrir as cartas. Joga bola e abre o jogo.
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