Experiência, base e renovação: como Pia pode dar certo à frente da Seleção
Treinadora sueca promete integrar mais o trabalho das categorias inferiores com o profissional, além de dar uma outra visão ao futebol feminino nacional
Falta pouco para a estreia da sueca Pia Sundhage à frente da Seleção Brasileira feminina. No próximo dia 29, as brasileiras entram em campo contra a Argentina, às 21h30, pelo Torneio Uber Internacional de Futebol Feminino de Seleções, que será disputado no Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP). Chile e Costa Rica também disputam a competição amistosa.
Pia chega à Seleção carregando a esperança de uma renovação no modelo de gestão da modalidade. Quando o nome da sueca foi anunciado, a empolgação foi praticamente unânime. O LANCE! mostra alguns motivos para acreditar que a treinadora pode ter sucesso na equipe.
Referência na modalidade
Bicampeã olímpica como treinadora com a seleção dos Estados Unidos, em 2008 e 2012, Pia também esteve à frente da Suécia na Rio 2016, quando eliminou o próprio Brasil antes de ser medalha de prata na final. A treinadora é considerada uma das grandes referências no futebol feminino.
Trabalho integrado com a base
As seleções femininas de base já amarguravam meses sem comando técnico. Após a chegada de Pia Sundhage ao time principal, a CBF oficializou Jonas Urias e Jessica de Lima como treinador e auxiliar, respectivamente, da sub-20. Na sub-17, Simone Jatobá, Lindsay Carvalho e Maravilha ficam à frente da equipe. O anúncio dos nomes tem a ver com o projeto de integração entre profissional e pensado com a treinadora. Desde que chegou, Pia deixou clara a intenção de fazer com que a formação de novas atletas melhore no Brasil.
Novos pensamentos à frente da Seleção
Depois de ter Vadão duas vezes no comando, a Seleção, enfim, pode ter algo novo. Essa esperança já havia acontecido quando Emily Lima chegou à equipe. Porém, o trabalho da antiga treinadora não teve a continuidade esperada por conta da falta de respaldo da CBF, como ela mesma apontou. Apesar de Marco Aurélio Cunha continuar como coordenador da modalidade, a expectativa é que Pia traga pensamentos diferentes e mudanças para as seleções e os campeonatos femininos pelo país.
Relacionamento com as atletas
A relação com Vadão já estava desgastada para algumas das jogadoras da Seleção Brasileira. A chegada de Pia dará mais experiência ao time e um novo ar na equipe. Na entrevista coletiva de apresentação e na convocação, a treinadora ressaltou a importância de construir um bom relacionamento com as atletas, destacando a necessidade, inclusive, de aprender o português para melhorar a comunicação.
- É importante criar uma relação com o time e com cada uma das jogadoras. Quando eu jogava, não tínhamos nem celular. Hoje, dá para conversar pela internet. Tem que estar saudável e em boas condições físicas. Temos um programa dentro e fora de campo. Todas vão dizer que vão seguir, mas nossa função é seguir isso e garantir que todas estão dando o melhor. Preciso ser corajosa para apontar o que não está bom e também aquilo positivo - disse a treinadora.
Renovação
Não é novidade que a Seleção Brasileira começa o processo de renovação do grupo. Com figuras importantes como Marta, Formiga e Cristiane próximas da aposentadoria, é importante preparar a nova geração. A primeira convocação de Pia, porém, não mostrou muitas novidades. Já era algo esperado pelo pouco tempo de trabalho, mas a falta de alguns nomes que são destaque no Brasileirão feminino surpreendeu.
- Entendo a opinião de que é uma equipe antiga, mas quero dar a segunda chance. Peço que vocês deem tempo. Preciso disso para me acostumar com o nível, entender as jogadoras. Temos jogadoras em vários lugares do mundo. Vou dar uma olhada nas jogadoras mais jovens também, mas seria um erro pegar apenas jogadoras mais jovens. A mudança seria brusca demais. Vamos começar algumas menores. É uma competição, é importante, real e verdadeiro. Tem que trabalhar duro. Peço paciência, a mudança virá - disse Pia.