Quando Tite escolheu Fernandinho para entrar na Seleção Brasileira, aos dez minutos do segundo tempo, os 40 mil torcedores na Arena Fonte Nova deram a maior vaia no jogo até então. Ainda que o meio-campista do Manchester City (ING) não caia nas graças dos brasileiros, o técnico fez questão de respaldá-lo.
Após o empate sem gols com a Venezuela, em Salvador (BA), Fernandinho atendeu à imprensa e minimizou a reação do público quando entrou.
- Só pensei em entrar e ajudar o time da melhor maneira possível - afirmou o camisa 17.
- A torcida vem sempre para o estádio com a melhor expectativa de atuação e resultado. Faz parte do espetáculo, torcida sem o resultado ou atuação que quer acaba vaiando. Somos profissionais, temos de trabalhar para o próximo jogo, mudar o resultado e talvez a atuação, também - completou.
Fernandinho goza de grande prestígio com Pep Guardiola, seu técnico no City, mas é marcado pela torcida brasileira. O volante acabou sendo considerado um dos vilões nas duas eliminações mais recentes da Seleção em Copas do Mundo - em 2014, o 7 a 1 para a Alemanha, e em 2018, para a Bélgica.
Esta relação conturbada fez Tite ser questionado se não pensou em proteger o jogador em uma partida que o público já mostrava impaciência. O técnico explicou por que manteve sua entrada, quando a torcida pedia Everton.
- Se pesasse (o clima da torcida), eu não colocaria. O atleta tem que trabalhar em cima da pressão. Todos eles têm. Eu aposto na virtude e na qualificação. Não posso pré-conceituar um jogador que entrou na seleção da Premier League - justificou o técnico.