Em resposta à CBF, Fifa não envia áudios e defende árbitro de vídeo

Cúpula brasileira recebeu resposta de carta enviada à entidade máxima do futebol, que avisou que conversas do VAR em partidas não estarão disponíveis e defendeu seu uso 

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Depois de enviar carta para questionar os procedimentos, a CBF recebeu uma resposta da Fifa nesta quarta-feira, sobre o uso do VAR. A entidade máxima do futebol mundial não irá enviar os áudios das conversas do árbitro de vídeo no jogo de estreia do Brasil na Copa do Mundo, contra a Suíça, em Rostov, conforme foi solicitado pela entidade brasileira e considera que o procedimento adotado na partida foi correto. 

Na visão da Fifa, não houve erro de procedimento do árbitro mexicano César Ramos em não usar o VAR no lance do gol marcado por Zuber, que teria descolado o zagueiro Miranda antes de subir para cabecear, e no lance envolvendo o ataque Gabriel Jesus, que teria sido vítima de uma falta dentro da grande área do zagueiro Manuel Akanji. A atuação do mexicano em particular não foi analisada pela entidade. 

O documento enviado pela Fifa à CBF foi assinado pelo chefe da Comissão de Arbitragem, Pierluigi Collina e pelo Secretário Geral Adjunto para Futebol, Zvonimir Boban. De acordo com comunicado emitido pela CBF, a Fifa alegou querer evitar apenas "erros óbvios" com a implementação do VAR. Equívocos estes que não teriam sido cometidos na partida entre Brasil e Suíça. 

Ainda segundo comunicado da CBF, os áudios e vídeos do VAR não estarão disponíveis para nenhuma federação. 

Confira na íntegra comunicado divulgado pela CBF: 
A FIFA encaminhou nesta terça-feira (19) uma resposta aos questionamentos apresentados pela CBF a respeito dos procedimentos adotados pelo VAR no jogo de estreia da Seleção Brasileira contra a Suíça no último domingo, 17.

O ofício assinado por Pierluigi Collina (Chefe da Comissão de Arbitragem ) e Zvonimir Boban (Secretário Geral Adjunto para Futebol) não analisa o mérito dos lances questionados pela CBF. Apenas reitera que a implementação do VAR nas leis do jogo tem como objetivo prevenir "erros claros e óbvios" e "sérios incidentes" que passem despercebidos e que os demais casos ficam sujeitos à exclusiva atuação do árbitro de campo.

“Como tem sido repetidamente comunicado, a pergunta que os VARs devem fazer a si mesmos quando o árbitro toma uma decisão durante uma partida não é "a decisão do árbitro foi correta?". Eles devem se perguntar se “a decisão do árbitro foi clara e obviamente errada?”, pois a interpretação do árbitro em todas as demais situações é e permanece a única relevante quando uma decisão é tomada.”, diz o texto da resposta da FIFA.

A FIFA esclareceu também que não fez nenhuma avaliação pública da atuação da arbitragem no jogo entre Brasil e Suíça. Diz o documento: “Finalmente, no que diz respeito a relatos incorretos na mídia, observe que o Comitê de Arbitragem da FIFA não fornece comentários não oficiais sobre as decisões dos árbitros. Se e quando o Comitê de Arbitragem da FIFA decidir comentar a decisão de um árbitro, isso só será feito oficialmente por meio de uma declaração oficial ou durante uma coletiva de imprensa.”

Por fim, a FIFA também comunica que antes da disputa da Copa do Mundo
decidiu que as gravações das conversas entre os oficiais de jogo e os oficiais de vídeo não estariam disponíveis.

A CBF mantém sua posição de que houve claro erro de arbitragem nos lances questionados que poderiam ter sido evidenciados no caso da utilização do árbitro de vídeo e considera importante ter aberto esse debate. A entidade tem certeza de que, ao manter o diálogo com a FIFA, evitará erros em procedimentos futuros, bem como colaborará para o aperfeiçoamento do uso da tecnologia.

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