Avatar
Thiago Braga
São Paulo (SP)
Dia 26/03/2025
16:33
Compartilhar

A derrota por 4 a 1 para a Argentina na terça-feira (26), escancarou a crise na Seleção Brasileira, evidenciando não apenas problemas administrativos na CBF, mas também a escassez de técnicos brasileiros à altura do desafio.

➡️ Clubes brasileiros caminham para estourar ‘bolha’ financeira com gastos insustentáveis

A formação deficiente dos treinadores, que resulta em falta de experiência internacional e na resistência à modernização. Enquanto a UEFA e a AFA mantêm critérios rigorosos na formação de treinadores, as licenças da CBF são criticadas por não apresentarem as mesmas exigências técnicas e táticas.

Desde a saída de Tite, que deixou um legado sólido (80,2% de aproveitamento dos pontos conquistados à frente da seleção), a CBF perdeu tempo com a ilusão de Carlo Ancelotti, e a seleção passou por interinos como Ramon Menezes (33,3% dos pontos) e Fernando Diniz (38,9% dos pontos), até chegar a Dorival Júnior (o melhor aproveitamento pós-Tite, com 58,3%). Agora a entidade enfrenta a falta de opções viáveis no mercado para assumir o comando da seleção.

Enquanto isso, a Argentina mantém uma geração de técnicos como Diego Simeone, há anos treinando o Atlético de Madrid, da Espanha, além de outros nomes como Marcelo Bielsa, Mauricio Pochettino, Jorge Sampaoli, Martín Anselmi, espalhados por Europa e América, reflexo de uma formação mais alinhada com padrões internacionais.

Nomes como Carlo Ancelotti, Abel Ferreira, Jorge Jesus, Renato Gaúcho e Filipe Luís aparecem como opções caso a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) escolha trocar a comissão técnica da seleção.

Embora Ancelotti, Abel, Jesus e Filipe Luís tenham respaldo inclusive da opinião pública, todos têm um problema a resolver: além de estarem empregados atualmente, seus times (Real Madrid, Palmeiras, Al Hilal e Flamengo, respectivamente), vão disputar o Mundial de Clubes da Fifa, que será disputado entre 14 de junho a 13 de julho.

Entre os técnicos campeões brasileiros de 2016 para cá, quando Tite assumiu a seleção brasileira, Abel Ferreira obteve 71% de aproveitamento no título de 2022, e Jorge Jesus, que conquistou 83,9% dos pontos em 2019, dominaram o cenário recente.

Além deles, dois nomes que poderiam assumir a seleção foram campeões brasileiros recentemente, Cuca teve 73,7% em 2021 com o Atlético-MG e Rogério Ceni teve 66,7% em 2020 no título do Flamengo.

Também aparecem como opção Renato Gaúcho, campeão da Libertadores com o Grêmio em 2017, que está desempregado, e André Jardine, campeão olímpico com o Brasil na Olimpíada de Tóquio-2020, atualmente no América, do México.

➡️ Siga o Lance! no WhatsApp e acompanhe em tempo real as principais notícias do esporte

Sem uma mudança estrutural na base e no desenvolvimento tático, o Brasil seguirá refém de talentos individuais, enquanto seleções como a Argentina consolidam equipes bem organizadas. A solução exige reformulação nos cursos, estímulo à experiência fora do país e o abandono de modelos ultrapassados.

Vini Jr lamenta, enquanto jogadores da Argentina comemoram gol sobre o Brasil (Foto: Luis Robayo/AFP)
Siga o Lance! no Google News