A entrevista coletiva de Tite após a vitória por 2 a 0 do Brasil sobre o Paraguai, nesta terça-feira, foi marcada por um momento de apoio ao treinador. Ao final, o coordenador de seleções, Juninho Paulista, falou sobre o turbilhão que aconteceu em torno da equipe canarinha, com o afastamento do presidente da CBF, Rogério Caboclo, e o impasse em torno da participação da equipe na Copa América.
- Tivemos semanas desgastantes, difíceis emocionalmente. Quero parabenizar Tite, a comissão, ao pessoal de apoio. O trabalho não foi fácil, mas foi de excelência. Estamos felizes de conquistar, de fazer história, de participar, comandar um grupo de de profissionais tão competentes. Dizer isso é importante. Até em nome da entidade, a satisfação em tê-los, a satisfação com o trabalho é grande. O foco principal sempre foi a Copa do Mundo e as Eliminatórias já são Copa do Mundo. Estou aqui para reiterar o manifesto dos atletas - declarou.
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Juninho também falou sobre o manifesto divulgado nas redes sociais dos jogadores após o confronto desta terça-feira.
- É um manifesto que nos representa. São jogadores, comissão e a delegação de todos os profissionais que trabalham com maior afinco para que a CBF possa dar as melhores condições de trabalho para todos vocês – declarou.
O texto divulgado pelos atletas apontou: "Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil".
Segundo o cronograma inicial da Seleção Brasileira, Tite anunciará a lista de convocados para a Copa América nesta quarta-feira. A tendência é que não haja muitas mudanças em relação ao grupo que disputou as duas partidas desta rodada das Eliminatórias. O Brasil vai a campo neste domingo, às 18h, contra a Venezuela, no Mané Garrincha.
Nota dos jogadores na íntegra
Quando nasce um brasileiro nasce um torcedor. E para os mais de 200 milhões de torcedores escrevemos essa carta para expor nossa opinião quanto à realização da Copa América.
Somos um grupo coeso, porém com ideias distintas. Por diversas razões, sejam elas humanitárias ou de cunho profissional, estamos insatisfeitos com a condução da Copa América pela Conmebol, fosse ela sediada tardiamente no Chile ou mesmo no Brasil.
Todos os fatos recentes nos levam a acreditar em um processo inadequado em sua realização. É importante frisar que em nenhum momento quisemos tornar essa discussão política. Somos conscientes da importância da nossa posição, acompanhamos da nossa posição, acompanhamos o que é veiculado pela mídia e estamos presentes nas redes sociais.
Nos manifestamos, também, para evitar que mais notícias falsas envolvendo nossos nomes circulem à revelia dos fatos verdadeiros. Por fim, lembramos que somos trabalhadores, profissionais do futebol. Temos uma missão a cumprir com a história camisa verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à Seleção Brasileira.