Um dos líderes da Seleção Brasileira e titular na última Copa do Mundo, disputada no Qatar, o zagueiro Marquinhos elogiou o início do técnico Fernando Diniz no comando da Amarelinha, mas ainda vê o legado do antecessor, Tite, no trabalho do novo treinador do Brasil.
A Canarinho fará a segunda partida sob o comando de Diniz nesta terça-feira (12), contra o Peru. O jogo, que acontecerá no estádio Nacional, em Lima, será o primeiro fora de casa do profissional comandando a ‘seleça’. A estreia foi na sexta-feira (9), goleando a Bolívia por 5 a 1, no Mangueirão, em Belém, no Pará.
- O Diniz vem implementando seu estilo de jogo, sabe que o time tem sementinha do trabalho do Tite e vem regando tudo isso. Vai implementando sua filosofia em poucos jogos e já assimilamos um pouco do que ele enxerga e quer. Ele falou desde o primeiro dia sobre não estarmos expostos. Hoje entendo que é uma filosofia prazerosa de jogar, mas ocupamos os espaços e sabemos estar protegidos - disse Marquinhos em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (11).
O zagueiro isentou o técnico do gol sofrido pelo Brasil contra a Bolívia. A situação, que ocorreu quando a partida era vencida por 4 a 0, não interferiu no placar, mas deixou um ar de atenção para a Seleção.
- Vamos evoluir muito, sofremos um gol por conta disso, mas foi descuido nosso. Foi mais isso que a filosofia. Analisamos bem, analisamos situações e estivemos muito bem protegidos em muitas delas, anulando os ataques da Bolívia. É uma filosofia ambiciosa, mas não tem descuido, não. É mais uma imagem que se passa. A gente se sente muito bem - destacou o defensor.
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GRUPO FECHADO?
Questionado sobre existir alguma fórmula para ser campeão, Marquinhos, que disputa a sua terceira eliminatória para Copas do Mundo, relembrou a eliminação no último Mundial, nas quartas de final para a Croácia, nos pênaltis. O Brasil vencia por 1 a 0 até três minutos antes do fim da prorrogação, quando sofreu o empate.
- Vemos filosofias diferentes campeãs, times que se dão bem dentro de campo e são campeões, times que não se gostam, nem se olham, mas dentro de campo lutam pelo mesmo objetivo. Temos um ambiente maravilhoso, treinamos e lutamos demais, fizemos de tudo, e em detalhes acabamos perdendo uma Copa do Mundo - respondeu o jogador.
PODE JOGAR EM OUTRA POSIÇÃO?
Na Europa, Marquinhos já jogou em outras posições além da zaga. Ele tem experiência como lateral-direito e até mesmo volante. Versatilidade importante para jogar com Fernando Diniz.
O defensor disse que o treinador ainda não o testou em outra posição, mas que o estilo de jogo do novo comandante faz com que ele se mova dentro das partidas, o que ele classifica como ‘prazeroso’, mas algo que necessita concentração.
- O Diniz tem uma filosofia estabelecida de mobilidade. Em campo todos sabem disso. Consigo enxergar as ideias, o que põe em prática. Vai ver zagueiro de lateral em campo, um lateral que vai flutuar entrelinhas como meia. Mas nunca estaremos desprotegidos. Sempre com muita mobilidade, chamando a atenção dos adversários para o que a gente quer e traz outro objetivo nosso. Não testou outra posição, mas existe mobilidade dentro do jogo. Vamos nos acostumar com toda essa movimentação. É prazeroso, interessante, todos sabem a importância de cada posição. Vemos meia, volante, com mesma concentração do defensor em momentos do jogo. Conscientização tática que exige concentração de todos para o crescimento coletivo.
Além das quatro linhas, Marquinhos também terá a responsabilidade de ser o líder da zaga brasileira, algo que, embora ele tenha vasta experiência na Seleção, não tinha exercido. Nos outros períodos pré-Copa, o zagueiro teve ao lado nomes como Miranda e Thiago Silva, que eram mais experientes. Agora, será o atleta do PSG responsável por dar segurança para peças mais novas, como Gabriel Magalhães, companheiro de sistema defensivo contra a Bolívia, Ibañez e Nino, que estão com a delegação nacional, ou outros defensores que chegarem no decorrer do ciclo até o Mundial.
- Um prazer enorme estar com todos aqueles nomes na zaga: Thiago, Miranda, David Luiz, Sergio Ramos (no PSG) (etc). prendi muito, cresci muito com cada um. Hoje tento ser o que eles foram para mim. Passo tranquilidade e confiança aos companheiros, converso e ajudo dentro e fora de campo. É tranquilo, sem forçar nada, sem exagerar. Se esses zagueiros chegaram aqui, é pela qualidade deles. Não sou quem fará algo extraordinário para eles - destacou Marquinhos.