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Neymar é a prova de que Seleção tem de parar de rimar busca por consistência com dependência

Excesso de jogadas nos pés do camisa 10 fica nítido na perda do título da Copa América para a Argentina. Desafio é encontrar soluções mais incisivas para o ataque

Final Copa América 2020 - Brasil x Argentina
Neymar foi bastante cercado por argentinos e, mesmo assim, foi lúcido em campo (MAURO PIMENTEL / AFP)

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A Seleção Brasileira sai da Copa América com uma cruel cicatriz: em campo, busca por consistência não pode rimar com dependência. Na derrota por 1 a 0 para a Argentina, na final no Maracanã, Neymar foi o mais abnegado a tomar as ações do lado canarinho. Porém, marcado de perto e vendo os seus companheiros sem força para se lançarem à frente, a produção foi bem abaixo do esperado.

O camisa 10 acertou cinco dos seis dribles (foi o líder da equipe de Tite neste fundamento, de acordo com o Footstats). Além disto, acertou 33 passes, em especial em jogadas com Richarlison e Lucas Paquetá. Só que a esperança sempre recaía quando a bola passava por seus pés quando a equipe já perdia por 1 a 0.

O desafio ficou ainda maior diante do forte (e em alguns momentos desleal) bloqueio imposto pela seleção da Argentina. Em cinco oportunidades, o jogador de 29 anos foi parado com faltas. Mas sua firmeza continuou a chamar atenção, mesmo em um dia no qual esbarrou em erros e ficou longe de brilhar.

- Ele é impossível, o segundo melhor jogador do mundo. Só está atrás de Leo (Lionel) Messi. Fez uma boa partida, as jogadas de perigo saíram dos seus pés - destacou o técnico da Argentina, Lionel Scaloni, ao fim da decisão. 


O fato de Neymar continuar a ser o jogador mais perigoso da Seleção Brasileira promove desafios para Tite. Os espaços seguem cada vez mais fechados para o camisa 10, que precisará aumentar sua criatividade em campo se Tite não encontrar novas formações (ou opções) que sejam mais decisivas.

Everton Cebolinha pouco apareceu no jogo e Richarlison teve lampejos. Firmino e Vinicius Júnior, que entraram na etapa final, pouco agregaram à equipe. Gabigol é quem indicou uma leve melhora na Seleção. Já na campanha, Lucas Paquetá deu um salto de qualidade que indica uma boa tabela com Neymar para os próximos jogos.

Passadas as lágrimas, Neymar saiu de campo do Maracanã conhecendo ainda mais o peso de ostentar a camisa 10 da Seleção Brasileira. O amigo e campeão Lionel Messi é um bom exemplo no qual se espelhar.

- O esporte te traz uma lição muito forte, porque resiliência é um ponto que tem que ter. Um só vence, os outros têm que ter resiliência - afirmou Tite.

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