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OPINIÃO: Tempo de espera por Ancelotti coloca em risco planejamento da Seleção para a Copa

Será que vale a pena abrir mão de praticamente um ano e meio de trabalho para insistir no técnico italiano?

Carlo Ancelotti
imagem cameraCarlo Ancelotti é o plano A. B. C. D... e Z da Seleção Brasileira (Foto: Pau Barrena/AFP)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 18/06/2023
05:54
Atualizado em 17/06/2023
23:06

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A CBF parece cada vez mais convicta de que o técnico ideal para a Seleção Brasileira é Carlo Ancelotti, não importa quando, nem como, desde que ele seja contratado. Com as notícias de que a entidade está otimista quanto a um acerto, resta tentar entender quais são os riscos de não saber quando poderá contar com um novo treinador para seu principal "produto". Será que vale fechar o olho para tudo a troco de entrar em acordo com o italiano? Será que vale o risco de perder quase dois anos de planejamento para a Copa do Mundo? Não parece ser a melhor das ideias.

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Está muito claro que Ancelotti não deixará o Real Madrid-ESP antes de terminar seu contrato por lá, no fim de junho de 2024. Portanto, está praticamente descartada a possibilidade de o comandante tomar as rédeas da Seleção neste ano de 2023. Outra ideia que parece absurda é acreditar numa suposta antecipação da saída da Espanha em janeiro de 2024. Qual seria a lógica de ficar somente meia temporada e depois sair com o "carro andando"? Nenhuma, não é? Pois então... Quando Ancelotti viria?

Segundo a apuração do Lance!, a projeção mais otimista da CBF contaria com o treinador a partir da metade de 2024, sem saber ao certo se isso inclui a disputa da Copa América ou não. Nesse período, a entidade manteria um interino na função e não descarta Ramon Menezes para o cargo. Sim, é isso mesmo, uma Seleção com necessidade de reformulação, com fracassos recentes, que está disposta a deixar um interino como técnico por cerca de um ano e meio a dois anos.

Isso se a gente não contar o tempo em que a entidade já sabia que Tite não permaneceria após a Copa do Qatar. A decisão do antigo treinador era conhecida, pelo menos, desde janeiro de 2022. Se a CBF contava ou não com uma mudança de ideia de Tite, não poderia ter deixado essa hipótese como único plano. Será que houve consulta a outro nome? Houve uma busca por entender a situação de outros profissionais no mercado? Pela insistência em Carlo Ancelotti, parece que não há uma lista de possibilidades à disposição.

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Em uma conta grosseira, serão dois anos em meio sem alguém tocando a reformulação da Seleção e a preparação do ciclo de Copa do Mundo. "Ah, mas quando ele assumir ainda teremos dois anos para o Mundial". Sim, teremos, mas já abrimos mão de dois e meio. Convenhamos, não estamos em condições de abrir mão de tempo de planejamento para a Seleção. 2026 marcará o aniversário de 24 anos do penta e de 24 anos que paramos no tempo achando que somente a qualidade do jogador brasileiro faria a diferença.

Muitas dúvidas surgem com essa possibilidade de Ancelotti chegar em meados de 2024. A principal delas é se ele vai estar por dentro dos trabalhos feitos pelo profissional que assumirá interinamente. Dependendo de quem foi o escolhido para a missão, pode ser uma cabeça totalmente diferente, convocando jogadores com um determinado perfil e dando uma cara ao time nesse período. Como garantir que Ancelotti seguirá o mesmo modelo? Como uma possível mudança radical afetaria toda a preparação?

Sem contar a questão da Copa América, que será disputa entre junho e julho de 2024, nos EUA. Qual o time que chegará lá? Qual o impacto de um possível novo fracasso na competição, principalmente se a derrota fora para a grande rival Argentina? Se a temporada europeia, na melhor das hipóteses, terminar no fim de maio, haverá tempo hábil para Ancelotti participar da preparação e convocação? São dúvidas que pintam aos montes e somente colocam em risco esse "plano" único pelo técnico italiano.

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Que fique claro que Carlo Ancelotti é um profissional praticamente incontestável, multicampeão, conhecedor do futebol brasileiro e que valeria muito a aposta para comandar a Seleção rumo a um título mundial. O problema é o risco que se está disposto a correr para garantir a contratação do atual técnico do Real Madrid. Não parece haver um plano, uma metodologia a ser praticada, a impressão é que se coloca tudo isso na conta de um "salvador", o único que poderia solucionar obstáculos. E se der errado? Qual é o plano? Quem será o próximo?

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