Não foi sorte: Ouro olímpico na visão do preparador de goleiros da Seleção
Rogério Maia conta como foi a preparação de Weverton e o próprio chamado do goleiro
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Há exatamente um ano, um pênalti defendido se tornou em um instante marcante que antecedeu a glória. Aquela defesa na quinta cobrança da Alemanha colocou o Brasil com um pé no lugar mais alto do pódio no futebol da Rio-2016. E coube a Neymar confirmar a conquista inédita em um Maracanã lotado. Mas se Weverton não tivesse espalmado a cobrança de Petersen, talvez o futebol brasileiro ainda estivesse na fila. Quem acompanhou de perto a trajetória dos goleiros desde o início da preparação foi Rogério Maia. E é o preparador de goleiros que, no aniversário da conquista, conta ao LANCE! detalhes dos momentos prévios ao título.
Desvendar como cobraria o alemão Nils Petersen foi um trabalho árduo. Obviamente, houve um feeling de Weverton quando a bola estava na marca da cal. Mas um trabalho de análise de desempenho antecedeu o duelo 1 x 1.
- Na véspera do jogo, tivemos um treino absolutamente normal. Buscamos os pênaltis com nosso analista de desempenho, Bebeto, à noite. Um detalhe que poucos sabem é que o Petersen, número 18, havia batido quatro pênaltis em cada lado e nunca errou. Fiquei até as 4h da manhã revendo detalhes de os porquês de bater alto ou baixo, placares, maneira de correr para bola, de olhar para os cantos e olhar para o goleiro, quantidade de passos para bola, velocidade da corrida dele para chutar a bola muitos detalhes - contou Rogério Maia.
Mas ele não quer os louros somente para si:
- Antes do jogo, no vestiário, o Odair, auxiliar técnico, ajudou a escolher o canto pois precisávamos da experiência de um jogador para acompanhar o raciocínio do batedor, sendo que tudo foi apenas sugestão para o Weverton, pois a definição final é do goleiro neste momento é especial para o goleiro.
O ingrediente do "acaso" no ouro do Brasil - que mistura tristeza para um com a alegria para o outro - não pode ser ignorado quando o assunto é goleiro. Weverton, originalmente, não era nem para estar ali. Afinal, o preferido na lista inicial era Fernando Prass. Mas uma lesão ainda na fase de preparação, na Granja Comary, acabou tirando o goleiro do Palmeiras da Rio-2016. Mas como o nome de Weverton apareceu? Erasmo Damiani já falou que o processo de inclusão do goleiro do Atlético-PR foi cercado de tensão. Mas Rogério Maia conta que um ingrediente em especial contribuiu.
- A escolha sempre é do treinador, no caso o Rogério Micale. Era um nome em unanimidade. Eu acompanhava o Weverton desde um jogo no Beira-Rio, entre Internacional e Atlético-PR, em que ele jogava muito bem nas coberturas da defesa. Juntando tudo isso, naquela semana, o Weverton foi destaque no Mineirão no jogo de Cruzeiro x Atlético PR, em que Tite estava presente. Com Taffarel, usei o argumento de que, olhando na Olimpíada, auxiliaria a principal. Tudo ajudou - comentou o preparador de goleiros.
Mas, mesmo pelo pouco tempo de convivência, a presença de Prass foi marcante. E rendeu um respeito mútuo entre o preparador e o goleiro.
- A despedida do Prass foi triste ele é uma referência e no meu entendimento o Brasil precisava de um goleiro experiente que não se preocupa-se com vaias e não deslumbra-se com aplausos um goleiro vencedor acostumado com conquistas - completou Rogério Maia.
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