Pia Sundhage abre o jogo sobre titularidade de Marta e exalta renovação na Seleção Brasileira

Treinadora da Seleção Brasileira Feminina fala com a imprensa após convocar o time para a Copa do Mundo

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Pia Sundhage durante coletiva após a convocação (Foto: Thais Magalhães/CBF)

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A técnica Pia Sundhage falou com a imprensa depois de convocar a Seleção Brasileira para a disputa da Copa do Mundo Feminina, que começará no próximo mês, na Austrália. Questionada sobre a titularidade de Marta, a treinadora escondeu o jogo e confirmou que só saberá as 11 inicias poucos dias antes da estreia.

- Parece música aos meus ouvidos quando uma jogadora fala das companheiras. Marta é um ícone, só de estar perto dela é um privilégio. Ela tem muita energia, a melhor no passe final. Ter a chance de jogar com ela, isso é muito importante. Não sei se ela vai ser titular, mas ela vai jogar do jeito que eu pedir, estou 100% convicta sobre isso.

A sueca também falou bastante sobre a renovação na Seleção Brasileira com relação à última Copa do Mundo. Pia foi categórica ao afirmar que as jogadoras mais experientes estão lá para guiar as atletas mais jovens nessa caminhada.

- Eu acho que a juventude. Elas têm personalidades de ataque. Em quatro anos tentamos organizar tudo, venho da Suécia, sou boa nisso é isso conta na defesa. Mas a visão das brasileiras de resolver uma situação é boa e tem sido ainda melhor. As mais jovens têm jogado mais, estão com mais confiança e, por isso, terão mais sucesso. É um processo.

O Brasil estreia na Copa do Mundo Feminina no dia 24 de julho, às 8h (de Brasília), diante do Panamá. A partida acontecerá em Hindmarsh, no dia seguinte ao outro confronto do Grupo F, entre França e Jamaica. As francesas, inclusive, foram algozes da Canarinha na última edição do torneio, tendo eliminado as brasileiras nas oitavas de final.

VEJA OUTROS PONTOS ABORDADOS NA COLETIVA

Sobre a convocação da Mônica
- Tainara não teve sorte, ela esteve machucada. Ela não joga desde abril. Ao mesmo tempo, sou grato pelo trabalho do departamento médico, só dela ser uma reserva, já é uma vitória. Para substituí-la, senti que precisávamos de experiência, pensei na Monica. São apenas sete defensoras, sinto que ela vai ajudar o time com presença e experiência.

Sobre a convocação da Bárbara
- É uma resposta parecida com a questão da Mônica. Lorena teve azar, agora temos a Lelê como titular, precisamos de experiência. As três vão fazer a Lelê voar, isso é ser uma jogadora de grupo. Experiência é boa pro time.

Sobre Marta
- Eu treinei ela em 2008 e ela foi brilhante, mas não domina o jogo como antes. Está mais velha, não tão rápida e o jogo evoluiu, está mais rápido. É difícil dominar tanto quanto a Marta. Ela está bem, mas estamos jogando com meninas diferentes. Contra Inglaterra e Alemanha foi assim. Esse ano vamos ter ótimas jogadoras no banco, algo muito melhor do que vimos nas Olimpíadas. Tivemos uma renovação de lá para cá, as novas jogadoras vem com energia, sonhos. Ser imprevisível no ataque é importante para nós.

- Ela merece muito. Pressão é uma palavra que soa mal, mas eu sou muito sortuda de ser técnica da Marta, é algo especial. Podemos usar o nome de um jeito bom. Também é preciso lembrar que o Brasil não é apenas uma jogadora, é um time. A razão pela qual ela é a melhor, é que ela sabe jogar com o grupo, ela é muito generosa.

A sequência do Brasil
- É muito importante não olhar apenas para a França. A primeira coisa que fizemos foi observar o Panamá. Você sabe que numa Copa do Mundo, o primeiro jogo é bem diferente, nervosismo toma conta. É importante trazer o jeito do Brasil de jogar, sem olhar o resultado muito a fundo. Ainda não ganhamos da França, lembro de 2019 quando as francesas eliminaram as brasileiras nas oitavas. De lá para cá, renovamos o time e acho que temos uma chance. Depois ainda vamos enfrentar a Jamaica. Temos que entrar ligadas, sonhando com algo grande.

Melhoras no futebol feminino
- Eu geralmente menciono o primeiro jogo que vi, do Internacional. Em quatro anos, o futebol feminino no Brasil está muito melhor. Alguns jogos são muito bons, o nível está ótimo. Por isso, algumas jogadoras que atuam aqui foram convocadas. Temos que competir, sempre, isso as dará a chance de observar o nível. Quanto melhor o Brasileirão é, melhor a Seleção será. Claro que temos jogadoras que atuam na Europa, nos Estados Unidos. Isso é importante também, temos que ter essa mistura.

Ausência de Cristiane
- Eu acho que ter respeito às jogadoras que não foram é fundamental, mas quero falar sobre as que foram convocadas. Não é o caso da Cristiane.

Popcorn time na Copa do Mundo?
- Popcorn time é quando não temos organização. Temos que trabalhar juntas, atacar e defender. Foi uma jornada fantástica para mim, vendo como elas mudaram de atitude. Todas ajudaram o time a se tornar o que é hoje. Estamos mais compactas, bem diferente do que vimos nos primeiros jogos. Temos que montar um time coeso, em que todas podem fazer múltiplas funções. Nosso trabalho é fazer um time forte, estou realmente grata como as jogadoras abraçaram esse estilo diferente.

Sobre Andressa Alves
- Sobre a Andressa Alves, ela aproveitou a chance dela. Ela foi muito bem no clube dela, não é apenas um jogo, são vários ao mesmo tempo. Quando ela foi convocada para a Finalíssima, ela jogou muito bem. Ela consegue correr bastante e isso é contagioso. Quando olho para Tainara, Angelina, todas elas poderiam estar no time olímpico.

Sobre Angelina
- A técnica Laura queria dar uma chance para Angelina. Ela se recuperou bem da lesão. Quando eu cheguei, falamos apenas de resultado e não sobre performance. Esse ano, contra Estados Unidos e Canadá, nós perdemos, mas jogamos bem. Ter uma ideia do estilo de jogo, o quão flexível ele vai ser. Nós montamos o time com essa esperança de juntar a performance com resultados. Temos que ter mais sucesso para ganhar confiança.

A mentalidade imposta na Seleção Brasileira
- Ter talento não é suficiente, tem que continuar a vontade de melhorar. Elas pegaram o talento e fizeram algo bom. Isso é só o começo, especialmente para as mais jovens. Se você olhar para o resto do mundo, existem diversas jovens que querem representar o país. Essa é a melhor maneira das mulheres de se desenvolverem no esporte. Comparar a Copa do Mundo de 2019 com a deste ano, o jogo esta muito mais rápido e melhor. Quando vemos o que fizemos aqui, é importante olhar sempre para o próximo passo.

O Brasil pode ser campeão?
- Vamos para a Copa do Mundo, lá estão as melhores seleções. As 10 melhores tem chance de ganhar, o Brasil é o oitavo. Com sorte, sem lesões e um sorriso, nós podemos ganhar. Também temos que olhar ao que está acontecendo nos outros países. O Brasil tem chance de ganhar? Claro. Com a história e a torcida, podemos ser imparáveis. Não sei se agora, daqui a quatro anos, mas chegaremos lá.

O jogo contra o Chile, antes de embarcar para a Austrália
- Precisamos jogar sempre que possível, é assim que aprendemos a jogar melhor. Isso é muito importante. Estou muito feliz com a chance de jogar com o Chile antes da Copa. Existem outros times, seleções, que jogam ainda mais. Estou feliz com a preparação que vamos ter.


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