Quase quarentão, Daniel Alves cita qualidades que o credenciam para mais uma Copa no currículo

'Sempre me vi dentro da Seleção', destacou o experiente lateral

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Terceiro jogador com mais jogos pela Seleção Brasileira, e com duas Copas do Mundo no currículo, Daniel Alves transmite confiança para estar na lista final de Tite para o Qatar, em novembro. O lateral do Barcelona destaca que, se hoje, aos 38 anos – vai completar 39 no dia 6 de maio – integra o grupo, não é porque é um ‘queridinho’, mas sim porque tem credenciais, dentro e fora do campo, para estar lá.


Se na Copa América de 2019 Daniel Alves era tido como incontestável na posição dentro da Seleção, quase três anos depois ele acredita que mantém o mesmo pensamento para confirmar participação em sua terceira Copa do Mundo (disputou os Mundiais da África do Sul, em 2010, e do Brasil, em 2014, e ficou fora da Copa da Rússia, em 2018, por conta de lesão no joelho direito).

- Pra mim, não mudou muita coisa, no que eu sempre coloco como premissa de trabalho, de lutar por aquilo que eu sonho. Volto a insistir, o sonho é meu, a vontade é minha, o desejo de fazer aquilo que eu fiz toda a minha vida é meu. Então, está no meu controle. Sempre me vi dentro da Seleção Brasileira, sempre me vi com chance. Não porque sou queridinho, não porque sou um jogador que acumula muitos jogos e tenho conquistas na minha carreira. Mas pelo meu comprometimento, pela minha disciplina, pelo meu caráter, pela minha entrega. As críticas, no meu ver, se elas são infundadas, elas não servem. E se elas têm algum fundamento, servem para eu evoluir, para me fazer crescer. Sempre tento extrair o melhor delas (das críticas construtivas) para ser o melhor atleta, melhor ser humano, melhor pai, melhor amigo e melhor jogador profissional.

Sobre a idade considerada avançada para um jogador de futebol, e mais ainda para um lateral, Dani Alves destaca sua experiência e dedicação como cruciais para estar no grupo da Seleção.

- Normalmente, temos grandes exemplos em outras áreas, de alta performance, independentemente da idade que tenha. Acredito que o fato de você ser um jogador mais experiente ou ter alguns anos a mais do que outros, te dá um conhecimento que os outros não têm. Então, se você sabe utilizar isso, você cria uma longevidade de carreira. Os cuidados que você tem com a profissional, com a sua rotina, com sua entrega, isso que faz você ir um pouco mais ou não. Tenho um compromisso muito sério com a minha profissão, ela não é simplesmente um jogo de futebol. É o que mudou a vida dos meus (familiares), que fez com que hoje eu fosse uma pessoa que pudesse proporcionar uma coisa diferente para a minha família, para as pessoas que eu cuido. Isso é muito sério para mim, é muito importante Trato de dar essa importância – disse Daniel Alves, que aposta no histórico vencedor e no desejo de querer mais para estar onde está.

- Se eu fosse contratar um jogador de 38 anos, eu também olharia o que ele entregou até hoje na sua carreira, qual o histórico dele. Para poder contratá-lo ou convoca-lo. Acho que estou nesse seleto grupo que respeita muito bem a profissão, respeita muito bem o seu espaço, sabe o momento que está da sua carreira, mas que sabe que tem muita corda ainda para puxar. Hoje estou num grau de carreira que sei que estou mais perto do fim do que do começo, respeitando as decisões. Mas sempre pensando que, se depender da minha entrega, teremos muitas alegrias ainda.


Por tudo o que já vivenciou e conquistou no futebol, Daniel Alves se permite minimizar o fator idade.

- Sempre você tem que entender onde você está e para onde você quer ir. Quando o jogador de futebol vai passando de idade, vai perdendo um pouco de força física, perdendo um pouco do físico. A não ser que ele comece a focar nisso de uma maneira específica. É o que eu procuro fazer. Apesar da idade que eu tenho, que isso não seja um problema. Sou um jogador que, por sorte e pelo estilo de jogo, não tive muitas lesões. Isso joga um pouco a meu favor. O resto é trabalho. Quando fala em trabalho, meu nome vem logo em seguida, pois foi o que mais fiz na minha vida.

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O retorno recente para a Europa, para atuar no Barcelona, aos 38 anos, é exaltado pelo lateral, que vê esse retorno como uma oportunidade de estar atuando novamente em alta performance, estando ainda mais apto a disputar uma Copa do Mundo.

- O fato de você voltar para a Europa, voltar para alta performance, voltar para um clube como o Barcelona, para mim, está sendo muito especial, muito maior do que eu sonhei. Queria voltar para a Europa, mas não tinha o destino muito certo até aparecer o Barcelona. Foi um grande presente que a vida me deu, poder voltar para o Barcelona, escrever novos capítulos no Barcelona, sabendo que o clube vive um outro momento. Mas poder regressar para o alto nível, com a idade que eu tenho, acredito que foi surpresa para a grande maioria. Mas não para aqueles que me acompanham e sabem da minha dedicação. Espero que este ano seja de gratas surpresas, de muitas alegrias. Temos que criar esse espírito de que a oportunidade de estar na Copa do Mundo e de lutar para devolver essa estrela para o nosso país, tem que ser muito mais que um sonho.

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