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Retrospectiva 2024: Seleção Brasileira tem ano marcado por incertezas

Troca de técnico, eliminação na Copa América, irregularidade em Eliminatórias...

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imagem cameraDorival Júnior teve ano complicado com a Seleção Brasileira (Foto: Mauro Pimentel / AFP)
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Marcio Dolzan
Rio de Janeiro
Dia 31/12/2024
06:15
Atualizado em 30/12/2024
16:41

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O ano de 2024 foi um dos mais conturbados da história recente da Seleção Brasileira. A troca de Fernando Diniz por Dorival Júnior do comando técnico logo na primeira semana de janeiro foi o prenúncio de que a temporada da Seleção seria bem diferente daquela que a cúpula da CBF havia prometido. Em má fase, o Brasil começou o ano na sexta colocação das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, e encerrou apenas uma posição à frente.

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Técnico “tampão” escolhido pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para esquentar a cadeira de Carlo Ancelotti, Diniz foi demitido em 5 de janeiro, dias após o italiano renovar contrato com o Real Madrid. O novo acordo com o clube espanhol frustrou o desejo (e a promessa) de Ednaldo de que Ancelotti seria o treinador da Seleção na Copa do Mundo de 2026. 

À época, Fernando Diniz acumulava o cargo de técnico do Fluminense e tinha a esperança de permanecer à frente da equipe nacional, mas a campanha pífia nos seis jogos que comandou da Seleção Brasileira — duas vitórias, um empate e três derrotas, com a sexta colocação na tabela das Eliminatórias para a Copa do Mundo — afastaram qualquer possibilidade. Ednaldo Rodrigues, então, foi buscar Dorival Júnior do São Paulo. O panorama, porém, mudou pouco.

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Apresentação de Dorival Júnior
Dorival foi apresentado por Ednaldo como técnico da Seleção em janeiro (Foto: Marcello Dias / CBF)

Com Dorival, Seleção Brasileira teve começo promissor

Dorival Júnior assumiu oficialmente a Seleção em 11 de janeiro. Em coletiva de imprensa concedida na sede da CBF, pediu união e clamou por uma “Seleção do povo brasileiro”.

Com Dorival, o Brasil teve um bom início de campanha. Venceu a Inglaterra e empatou com a Espanha em dois amistosos realizados na Europa; depois, superou o México e empatou com os Estados Unidos nos jogos preparatórios para a Copa América.

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As partidas amistosas serviram para o treinador começar a formar o time que, acreditava-se, serviria como base para o Mundial de 2026. Bruno Guimarães e Lucas Paquetá viraram certezas para o treinador no meio-campo, enquanto Endrick virou o reserva salvador no ataque.

Copa América escancara deficiências da Seleção

Mas foi justamente a competição continental, disputada entre junho e julho, que escancarou os problemas do Brasil. Mesmo que o grupo tenha ficado reunido por mais de um mês nos Estados Unidos, a Seleção Brasileira não conseguiu formar uma equipe confiável.

E isso ficou demonstrado nos resultados de campo. O Brasil parou nas quartas de final, após empatar sem gols com o Uruguai no tempo normal e perder nos pênaltis por 4 a 2. Antes, o time tinha vencido apenas o Paraguai (4 a 1) e empatado com Costa Rica (0 a 0) e Colômbia (1 a 1) na primeira fase.

Titular do meio-campo na Copa América, João Gomes não teria mais espaço na Seleção no restante da temporada. Andreas Pereira, que aparecia em todos os jogos, também ficou de lado — e só voltou a ser chamado nas Eliminatórias quando Vini Jr. precisou ser cortado por lesão.

Uruguai x Brasil - Dorival Júnior
Seleção Brasileira caiu para o Uruguai nas quartas da Copa América (Foto: Kevork Djansezian / AFP)

Oscilação nas Eliminatórias leva a incertezas

O grande foco da Seleção Brasileira são as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, mas a campanha no qualificatório deixou o torcedor preocupado.

Depois de um início com futebol pobre, mas com bons resultados — vitórias sobre Equador, Chile e Peru, além de derrota para o Paraguai —, o Brasil encerrou a temporada com empates diante de Venezuela e Uruguai. Atualmente, a Seleção ocupa a 5ª colocação nas Eliminatórias, com 18 pontos em 12 jogos. Os seis primeiros colocados se classificam diretamente à Copa, enquanto o 7º vai para uma repescagem.

Ainda que o Brasil esteja em uma situação “pouco desconfortável”, já que tem cinco pontos a mais que a Bolívia (7ª na classificação), o desempenho nas Eliminatórias em 2024 e a dificuldade em encontrar um time titular ligaram o sinal de alerta. 

Antes presença certa nas convocações, Endrick perdeu espaço no Real Madrid e ficou de fora da última lista de Dorival. Titular incontestável com o treinador nos primeiros 12 jogos, Lucas Paquetá foi para a reserva. No ataque, Igor Jesus e Luiz Henrique viraram solução nos últimos meses na esteira da ótima campanha do Botafogo no ano, mas não se sabe como será na próxima temporada. Em suma, o 2024 da Seleção Brasileira foi um ano em que muitas questões ficaram em aberto.

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