Seleção Brasileira sofre com lesões antes de clássico: de quem é a culpa?
Com vários desfalques, Brasil enfrenta a Argentina na noite desta terça-feira (25)

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Apesar da vitória de 2 a 1 sobre a Colômbia na última semana, o clima não é de tranquilidade para a Seleção Brasileira, que enfrenta a Argentina às 21h desta terça-feira (25), no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. O motivo da preocupação é claro: a quantidade de desfalques do time Canarinho, sobretudo por lesões.
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As baixas mais recentes foram de Gerson, do Flamengo, que apresentou dores na região posterior da coxa esquerda, e Alisson, do Liverpool, que sofreu um trauma na cabeça durante a partida contra a Colômbia. Ambos precisaram ser cortados e se juntaram à lista de desfalques por lesão composta por Neymar, do Santos, Danilo, do Flamengo, e Ederson, do Manchester City. Agora, em seis convocações sob o comando de Dorival Jr, já são 23 cortes por contusões.
Calendário brasileiro é fator
O número elevado de problemas físicos levanta questões sobre quais fatores podem estar por trás dessa quantidade de baixas. Segundo um estudo do FIFPro, sindicato dos jogadores de futebol, um atleta que disputa entre 40 e 54 jogos por temporada, está em "carga alta". Acima de 55 partidas já é considerado "carga excessiva".
No ano de 2024, o Botafogo, campeão brasileiro e da Libertadores, disputou 75 jogos, sendo o clube que mais jogou no mundo. O Real Madrid, por sua vez, campeão de La Liga, Champions League e Copa Intercontinental, disputou 57 jogos na temporada em questão.
A nível de comparação, ao somar os cinco primeiros colocados do Brasileirão de 2024 (Botafogo, 75; Flamengo, 73; Fortaleza, 73; Palmeiras, 67; Internacional, 64) foram disputadas 352 partidas. Por outro lado, levando em conta os times que mais atuaram dentre as cinco principais ligas da Europa (Atalanta, 58; Real Madrid, 57; Manchester City, 57; Liverpool, 57; Fiorentina, 57) tem-se 286 confrontos, 66 partidas a menos.
Entre os 20 times que mais jogaram no mundo em 2024, 19 são brasileiros, muito por conta do volume de torneios locais e internacionais que aumentam a carga de partidas dos clubes. No Brasil, é comum ver dois jogos por semana, com pausas de no máximo quatro dias, já na Europa, os clubes têm um intervalo de até 7 dias entre um jogo e outro, e, em casos de intervalos menores, os clubes são “recompensados” tendo até 14 dias sem compromissos antes da próxima partida.
— Calendários muito cheios dificultam a recuperação total dos atletas. Apesar de terem um período de 72 horas entre jogos na maioria das vezes, o tempo pode não ser o suficiente para regenerar totalmente. Por isso, é fundamental focar em estratégias de recovery. Questões como qualidade do sono, alimentação adequada, hidratação e recursos da fisioterapia, como mantas de LED e/ou laser, botas de compressão pneumática, banheiras de crioimersão, massagem, dentre outras opções são de extrema ajuda — esclarece Igor Phillip, fisioterapeuta esportivo associado à Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física (Sonafe).
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Mudanças nos campeonatos europeus
Com a mudança de formatos em campeonatos e a criação de novos torneios, porém, os clubes europeus tendem a enfrentar uma carga de jogos mais intensa, o que pode resultar no aumento da frequência de lesões e afetar diretamente as seleções em disputa por uma vaga na próxima Copa do Mundo.
Caso um time europeu chegue em todas as finais dos campeonatos que disputar, ele terá um calendário com uma média de 68 jogos, enquanto no Brasil, o número de partidas pode chegar a 87 - média de quase 7 por mês.
— A rotina dos clubes no Brasil tem um grande impacto na recuperação dos jogadores. O cenário se torna ainda mais complicado quando os campeonatos começam mais cedo, o que não possibilita um tempo adequado para recuperação física e mental completa. Com o ritmo intenso de competições, lesões e fadiga acumulada, o atleta não consegue realizar o recovery integral, aumentando o risco de contusões mais graves. Isso somente na parte física, sem contar a pressão mental e emocional decorrente dos resultados de cada partida, eventuais renovações contratuais, posição na tabela e outras questões — analisa Dra. Flávia Magalhães, médica do esporte que atua com futebol há 20 anos.
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