Na véspera do duelo da Seleção Brasileira com o Chile, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, o técnico Tite abriu o jogo sobre o momento de Neymar, que vem sendo muito criticado pelo desempenho no PSG. Em entrevista coletiva na Granja Comary, o treinador admitiu uma preocupação, mas afirmou que este tema é tratado internamente.
- Primeiro, eu aprendi ao longo do tempo e o start foi uma filha socióloga, que diz: igualdade não, equidade. O que um atleta precisa pode ser o que o outro não precisa, abordagens diferentes, correções diferentes, porque somos diferentes enquanto seres humanos. Temos uma preocupação geral. E mesmo se tivesse tido - e não vou responder à tua pergunta porque são coisas muito íntimas, de dentro de vestiário, no cunho particular. Eu vou ser direto contigo: se um técnico meu quando eu era atleta pegasse e externasse meus problemas de forma pública eu ia colocar para ele: por que não vem falar comigo antes e me expõe de forma pública? A gente é exposto pra caramba, nós somos cobrados pela nossa atividade - disse Tite, que completou:
- Eu faço com os atletas aquilo que gostaria que os técnicos tivessem feito comigo. Talvez um capitão de Seleção Brasileira (César Sampaio) possa reiterar, ou um campeão do mundo, como é o Juninho (Paulista, coordenador da Seleção) ou um campeão do mundo de clubes, que é o Cléber (Xavier, auxiliar), mas que não jogava nada (risos). Que possam reiterar que são coisas íntimas, muito de dentro do vestiário. Assim como na imprensa tem reuniões de pauta e de outras coisas que possam ser correlacionadas a isso.
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Tite foi novamente questionado a respeito do momento do camisa 10 da Seleção Brasileira, mas mostrou que as realidades de uma seleção são diferentes do dia a dia de um clube.
- Essa resposta ela está linkada à pergunta anterior. As realidades do clube são umas e as da seleção são outras. Uma série de atletas passou adversidades em seus clubes, uma série de atletas vêm com auto estima elevada. Aqui é um marco inicial, quando nos apresentamos é um marco da sequência do nosso trabalho. Do processo de jogar sob a pressão que temos conosco de fazer o nosso melhor. Nisso está inserido o Neymar? Claro, mas estão inseridos todos os atletas. Nisso está inserido o mais jovem também, que fica com a pressão de executar. Talvez a expectativa do grande nome, do grande astro, do Neymar fique em evidência. Mas todos têm pressão em seus clubes. Nós temos a pressão nossa, não vamos trazer a dos outros para aquilo que já é uma responsabilidade grande - afirmou o treinador.
- Vai jogar Real Madrid e PSG. E aí nós, como a gente vai fazer? São atletas da seleção dos dois lados. O que a gente diz: que vocês joguem no mais alto nível possível, depois que o resultado aconteça. Tem a torcida pelo desempenho de todos - concluiu.
As perguntas sobre Neymar não pararam por aí, e Tite precisou falar também sobre o futebol dentro do campo. Nesta quinta-feira, o jogador do PSG será escalado centralizado, numa espécie de "falso 9". O comandante brasileiro, entretanto, frisou que não gosta deste termo.
- Particularmente, não gosto de usar falso 9. Ele é um verdadeiro, é um atacante, com liberdade criativa. Um jogador que tem as características... Como é o termo? Ousadia. O Vini é o malvadeza. São adjetivos que fomentam e que incentivam a criatividade, o lance pessoal. O que eu coloco: teve um jogo que ele trabalhou assim e teve outros jogos que ele voltou para deixar outros jogadores à frente. O Neymar tem uma estrutura há bastante tempo na seleção brasileira para potencializar a criatividade dele. Cada um trabalha um pouco setorizado para que ele possa nos seus setores ter a criatividade, essa chegada - disse o técnico, antes de emendar:
- O Paquetá, por exemplo, joga de penúltimo atacante, de 9 também. No último jogo, teve uma substituição e ele jogou de 9, no Flamengo também jogou de 9. São jogadores versáteis, que se adaptam. O que a gente procura é ter harmonia, equilíbrio, para ter essa possibilidade dos homens da frente serem criativos, e os do meio para trás consistentes.
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Antony: "O Antony vai fazer um trabalho específico, para ter uma definição da equipe, para ver se ele inicia ou não. Para ser bem transparente, bem claro. Ele vem recuperando de um problema e precisa de uma situação clínica confirmada."
Chile: "Primeiro, eu tenho muito respeito pelo Chile. Uma coisa é querer ser melhor, competitivo, leal, forte, ser melhor tecnicamente e querer vencer o jogo. A outra é respeito pelo outro lado. Assim como todos os outros estão brigando pela classificação e nós estamos na nossa preparação para a Copa do Mundo."
Maracanã: