Falta pouco para o torcedor conhecer os convocados para a Copa do Mundo do Qatar, mas alguns jogadores conquistaram rápido o espaço na Seleção Brasileira. Um deles é Raphinha. Em entrevista ao "Podpah", o técnico Tite admitiu que o jogador do Leed United, da Inglaterra, foi surpresa até para ele. A primeira convocação foi em 13 de agosto de 2021, mas ele acabou não podendo atuar e só estreou em outubro, menos de um ano e meio antes do Mundial.
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- O Raphinha foi surpresa para mim. Quem trouxe foi a comissão técnica, Matheus, César, Cléber que buscaram, prospectaram, foram atrás das informações e aprofundaram. Confesso que falei "tem um monte de coisa aqui para ver, vai trazer o Raphinha". Eles disseram "filtramos o material e estamos trazendo para você olhar". Aí eu recuei, pensei que a coisa vinha com consistência. Buscamos o acompanhamento dos jogos, dele, a conversa com o Bielsa no seu clube, onde ele passou, os técnicos anteriores na base, no Rio Grande do Sul - afirmou Tite.
César Sampaio, auxiliar de Tite, explicou o processo de análise feito pela comissão técnica ao longo dos meses antes das convocações. O treinador ainda admitiu que o momento não é totalmente "pacífico".
- Temos em média cinco atletas por posição e eles competem entre si. Somos três auxiliares e dois analistas, cada um pega uma base de oito jogadores para acompanhar, ver o jogo na íntegra do atleta. Fazemos os relatórios dos jogos e dos atletas, isso é material para debatermos semanalmente. Não só o atleta, às vezes tem uma jogada, lance de bola parada, algo que podemos sugar dos clubes para o nosso modelo. Quanto mais vai entrosando o grupo, a oportunidade fica mais difícil, mas a cada convocação fazemos esse trabalho - explicou.
- A reunião é quebra pau (risos). Cada um defende sua ótica, seus convocados - disse Tite.
Veja a tabela da Copa do Mundo do Qatar
Tite reafirmou que as vagas para a Copa do Mundo ainda estão abertas. Foram 77 jogadores convocados ao longo do ciclo da Copa. Na fase anterior foram 48 ou 49. Além disso, o treinador acredita que é um profissional melhor do que era em 2018 e a Seleção está mais bem preparada do que estava no último Mundial.
- Estamos sempre abertos. A Copa esse ano é curta, com espaço entre um jogo e outro menor ainda. A preocupação é levar o atleta em melhor momento. Não é que o atleta novo vá comprometer o modelo, mas a adaptação... quando joguei a primeira vez na Seleção a camisa pesou. A noite de pré-estreia teve duas, três horas. Temos essa lista larga e a responsabilidade é prezar por ela. Se o atleta estiver sobressaindo, temos que olhar. É um cobertor curto agora, as chances ficam menores - disse Cléber, que elegeu França, Alemanha, Argentina e Espanha como favoritas na Copa, além do Brasil.
Há vantagem para jogadores que estão na Europa? Para Cléber Sampaio não é tão simples assim. Rivaldo, por exemplo, disse em entrevista ao LANCE! que se Hulk e Raphael Veiga estivessem fora do país já teriam sido chamados para a Seleção.
- Economicamente as moedas são distintas, não é só no futebol. Hoje com a globalização qualquer grande profissional está nos grandes centros do mundo. É assim com os atletas também. Não quer dizer 100% que o que está na Europa tem vantagem com relação aos que estão aqui. O nível de dificuldade lá é melhor economicamente porque tem a possibilidade de contratar os melhores do mundo. Mas aqui nós temos acompanhado, fomos ao jogo ontem (Corinthians x Goiás), vamos hoje (São Paulo x Palmeiras). Não tem vantagem nenhuma estar na Europa, mas o nível de dificuldade nos grandes centros é maior - afirmou Cléber.