A Seleção Brasileira encerrou a preparação para o duelo contra o Paraguai, nesta terça-feira, pelas Eliminatórias. E antes da bola rolar, o técnico Tite falou com a imprensa em entrevista coletiva. Junto com o auxiliar Cleber Xavier, o treinador respondeu perguntas sobre o duelo, mas estas respostas ficaram em segundo plano diante da grande crise institucional que a CBF vive.
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Com o afastamento do presidente Rogério Caboclo do cargo no último domingo, após uma acusação de assédio sexual e moral a uma funcionária da CBF, Tite afirmou que entende a decisão, mas que este assunto "não é de sua alçada".
- Eu compreendo a pergunta. Sabemos a dimensão que tem, a gravidade do caso, temos consciência disso. Agora existe um Comitê de Ética da CBF que toma as devidas providências. Não é da nossa alçada.
- Entendo vocês perfeitamente na busca pelas informações. Cada setor tem as suas prioridades e aspectos importantes. Para nós o vital é a nossa preparação, jogar bem. Estamos na Copa do Mundo. Eliminatórias já é um processo de Copa do Mundo, muitas vezes as pessoas não se dão conta disso. Para nós, nesse momento, isso não tem essa prioridade. Depois sim, reitero o que o Casemiro disse, há respeito e no nosso tempo vamos nos manifestar - disse.
O treinador da Seleção Brasileira se viu no olho do furacão após deixar subentendido que os atletas não queriam participar da Copa América, e disse que "está em paz".
- Estou em paz. Estou em muita paz. Tenho muita paz pelas pessoas que tenho em volta, pelo grupo de pessoas energizando. Às vezes eu perco e alguém me retransmite, família ou amigo. Muito discernimento na conduta do nosso trabalho.
Tite também foi perguntado sobre uma possível demissão e disse que não foi ameaçado por Rogério Caboclo. A respeito de críticas por apoiadores do Governo Federal, que pediram sua saída, o treinador afirmou que "está alinhado com o futebol".
- Não (ameaça de demissão). Técnico de futebol tem que estar alinhado com o futebol. Vou falar sobre o meu juízo e o que a minha escala de valores dizem. Tenho muito respeito ao meu trabalho, à Seleção Brasileira, a esse momento da Copa do Mundo e de Eliminatórias. E a melhor maneira de retribuir o carinho das pessoas que me apoiam e ao respeito do que estão contra, é fazer o meu melhor trabalho possível. É nisso que vou me ater - seguiu.
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Manifestações após o jogo contra o Paraguai: "O tempo das manifestações é o nosso tempo, o que nós entendemos ser correto, quando falo nós, é comissão técnica e atletas. Temos orgulho muito grande da conduta que temos, do respeito que temos a esse momento e ao nosso. Quero sim, estar de corpo e alma, fazendo o melhor trabalho possível. Queremos jogar bola e fazer um grande jogo contra o Paraguai."
Preparação para o jogo: "Ela tem sido bastante difícil, porque o momento social é esse. As pessoas acham que temos que ter opinião para tudo. Nós temos que ter capacidade e lugar de fala sobre o que nos diz respeito. É isso o que fazemos com muito amor e paixão. Nós temos dito que temos uma capacidade e inteligência emocionais muito grandes, para saber filtrar as situações, ter tranquilidade, sensatez, apesar das provocações que fazem. Claro que atrapalha, sim, é desafiador. Vamos precisar disso de novo no jogo contra o Paraguai, essa abstração e foco. Externo isso de forma pública o que falei a eles. Há um grau de dificuldade muito grande, sim. A qualidade da equipe do Paraguai, ainda mais jogando em casa, com o nível equilibrado das eliminatórias, então é um desafio sim."
Mudanças no time titular: "Temos um grupo de atletas do mais alto nível. A utilização de um ou outro vai depender das estratégias, do momento de cada um, do histórico dentro da Seleção... Isso acaba gerando muita possibilidade de uso, sempre no mais alto nível."
Douglas Luiz: "Nós temos duas formas de jogar. Ela é no 4-3-3, ou 4-1-4-1, como preferirem, e o 4-4-2. Entre um ou outro há diferentes mecanismos no meio-campo, na construção... Estou enrolando, mas não está definido nada não (risos). Está definido sim, já está organizado e pré-estabelecido, mas agora é vocês (jornalistas) irem atrás de fontes."
Disputa entre Gabigol e Gabriel Jesus: "O Gabriel Barbosa te dá uma flutuação e infiltração de espaço para finalização. O Jesus produziu muito pelo lado, foi um dos destaques nossos na Copa América. Também ataca o espaço, muita força. Richarlison também dá isso. O Firmino é um 9 que exerce o papel de 10. Esses jogadores vão te dando essas possibilidades de utilização dentro de uma determinada forma. Temos um plano A e plano B, que os atletas já têm bastante dominado."