Novamente o calendário do futebol brasileiro entrou em pauta durante uma convocação da Seleção Brasileira. Na lista feita para os amistosos diante de Uruguai e Camarões, no mês que vem, na Inglaterra, Tite foi "privado" de convocar jogadores que estavam no radar da comissão técnica e atuam no Brasil. A decisão foi em função de não prejudicar os clubes que estão em reta final do Brasileiro. A exceção foi Dedé, do Cruzeiro.
Tite, que já foi criticado anteriormente por ter chamado jogadores em situações similares, exemplificou bem o cenário em que vive:
- No Sul, eles falam: abaixa o lombo e deixa bater". Se eu convocar, vão bater. Se eu não convocar, vou tomar pau. Tento ter minha consciência limpa.
O treinador da Seleção, por já ter vivido os dois lados (clubes e Seleção), não escondeu que a situação incomoda muito, mas revelou que reuniões recentes com o futuro presidente da CBF, Rogério Caboclo, foram feitas no sentido de minimizar o impacto para as partes no futuro:
- Tivemos uma reunião. Caboclo, Rogério, eu e Edu. Para guiar isso. Traz prejuízo ao atleta, à entidade, à Seleção. Procuramos retirar esses problemas, porque eles afetam. Será que o Paquetá não vindo ele seria vendido, nos termos comerciais, pelo valor que foi? Se eu tivesse mais tempo com ele, será que não estaria no time titular? Arrascaeta precisou viajar tantas horas. A integridade física do atleta pode ser afetada. Estamos buscando soluções para isso - afirmou Tite, que teve a afirmação complementada pelo coordenador de seleções, Edu Gaspar.
- Calendário é montado de cima para baixo. Tem data-Fifa, calendários se montam de campeonatos Brasileiro e Estaduais. Hoje, se espalhou um pouco mais. Quando falo que todos se esforçaram, são esses todos os envolvidos, por isso que citei todos em prol do Brasileiro - declarou.
O Brasil enfrenta Uruguai e Camarões, nos dias 16 e 20 de novembro, respectivamente, em Londres. Serão os dois últimos compromissos da Seleção neste ano.