A etapa brasileira do Circuito Mundial (WCT), que começou nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, coloca algumas das principais atrações do surfe a cerca de 20 quilômetros do Parque Olímpico, coração dos Jogos Rio-2016.
A proximidade geográfica e temporal do evento, que terá início em três meses, serve de inspiração para alguns, que sonham com a entrada da modalidade no programa olímpico na edição de Tóquio (JAP), em 2020. Mas não há consenso sobre os benefícios da medida.
– Estou confiante. Tenho certa amizade com pessoas envolvidas no assunto e acho que dará certo. Torço para que aconteça logo – disse o brasileiro Filipe Toledo, 18 no ranking, que volta ao WCT após ficar fora de dois eventos na Austrália, devido a uma lesão na virilha.
O surfe concorre com outros quatro esportes: skateboard, beisebol/softbol, escalada e caratê, por sugestão do Comitê Organizador de Tóquio. A decisão será tomada em agosto, no Rio de Janeiro, durante sessão do COI.
A Associação Internacional de Surfe (ISA) encabeçou o movimento, visando aumentar o número de transmissões e obter maior retorno financeiro.
Uma das reclamações de quem contesta a entrada do surfe é a dificuldade de replicar a qualidade de ondas em palcos fora do Circuito Mundial. A WSL apoia a medida apenas formalmente, mas o assunto ainda é visto de forma dividida.
– Vai ser uma honra e somará muito. Mas tem a WSL e o Comitê Olímpico Internacional (COI). Não basta uma parte só querer, tem de haver união – afirmou Adriano de Souza, atual campeão do WCT.
Melhor brasileiro no circuito atualmente, na terceira colocação, Italo Ferreira tem opinião distinta.
– Não imagino o surfe na Olimpíada. Perderia um pouco do espírito do esporte mesmo. Acho que não combina com nosso clima – disse.
A etapa brasileira, quarta da temporada do Circuito Mundial, terá sua primeira chamada às 7h. A janela de competição vai até o dia 21.
Piscina artificial de Kelly Slater é vista como opção para Olimpíada
Onze vezes campeão do Circuito Mundial (WCT), o americano Kelly Slater pode dar sua contribuição para que o surfe tenha sucesso nos Jogos Olímpicos.
Ao final da temporada passada, ele anunciou um projeto ambicioso, desenvolvido há mais de dez anos: a criação de ondas artificiais e de qualidade em uma piscina, que está situada em Fresno (EUA).
– O Kelly inovou mais uma vez, com uma onda alucinante. Acho que a piscina dele pode vir a ser palco de Olimpíadas e campeonatos de surfe, até mesmo uma etapa do WCT – afirmou o brasileiro Filipe Toledo.
O projeto é desenvolvido pela empresa do surfista, a Kelly Slater Wave Company. Ele consiste em fazer ondas serem geredas por propulsores, de modo a criar as condições mais favoráveis aos atletas do mundo inteiro. Está prevista uma competição não oficial no local.
A invenção já foi testada por alguns surfistas da elite, como os australianos Nat Young e Stephanie Gilmore. Um vídeo na internet mostra a atleta pegar um tubo de 30 segundos.
A saga de Slater, hoje aos 44 anos, com uma piscina artificial é uma das demonstrações de que seu foco atualmente não está tanto nas competições, como no passado.
Na segunda-feira, a Liga Mundial (WSL) oficializou a ausência do astro do Oi Rio Pro, por motivos pessoais. Ele soma apenas 2.750 pontos no ranking mundial e está fora do top-20, após resultados ruins na temporada: 25º em Gold Coast, 13º em Bells Beach e 25º em Margaret River.