Medina fatura o bicampeonato do Circuito Mundial de surfe no Havaí
Brasileiro conquista vaga à final, tira qualquer sonho de título de Julian Wilson e comemora título pela segunda vez em sua carreira. Ele empata feito com John John Florence mais dois
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Pode soltar o grito! Gabriel Medina conquistou o bicampeonato do Circuito Mundial de surfe (WCT). Nesta segunda-feira, ele se classificou para a final da etapa de Pipe Masters, em Pipeline, no Havaí, ao vencer o sul-africano Jordy Smith por 16,27 a 15,83, e não pôde mais ser alcançado.
Até o início da semifinal, o australiano Julian Wilson tinha chances de levar a taça, mas o paulista tirou qualquer esperança do rival. Com o campeão já definido, os dois se enfrentaram na decisão, e o brasileiro levou a melhor, por 18,34 a 16,70.
Este foi o terceiro título do Brasil no Circuito Mundial. Além das duas conquistas do atual campeão, que se igualou ao havaiano John John Florence, vencedor nas duas edições anteriores, e aos australianos Tom Carroll (1983 e 84) e Damien Hardman (1988 e 91), Adriano de Souza ficou com a taça em 2015.
A bateria da semi começou com excelentes ondas para os surfistas. Smith saiu na frente, mas Medina conseguiu encostar no placar rapidamente, o que deu um alívio para os torcedores presentes na praia de Oahu, no Havaí.
Restando pouco menos de 20 minutos para o término, Gabriel Medina conseguiu um tubo importante para tomar à frente do placar, pela primeira vez. Na sequência, o brasileiro vibrou muito pela conquista. Logo depois, Smith pegou um tubo, mas não conseguiu somar mais do que 7,33.
Com cinco minutos para o término, as ondas deram uma parada e Gabriel só esperou para soltar o título de campeão Mundial pela segunda vez, assim como em 2014. A cada virada do cronômetro, a torcida vibrava e foi apenas sair da água para abraçar os torcedores e ser carregado literalmente.
O LEGADO DE MEDINA
O caminho para a conquista do título foi complicado. Na primeira fase, Medina avançou ao terceiro round, com 13,16 pontos na bateria, ao enfrentar Benji Brand e Connor O'Leary, que deram trabalho para o brasileiro. No terceiro round, Medina estava bem atrás de Sith Moniz, mas encontrou a onda que tanto esperava!. Ele segurou para ficar no tubo e, em seguida, mandou uma rasgada. Depois disso, o havaiano conseguiu tomar à frente do placar, porém, o paulista foi à quarta fase, com 14,30 contra 11,83 do adversário.
Na quarta fase, ao enfrentar Zietz e Bourez, Medina teve um início de prova muito bom. Logo nos primeiros minutos, ele dropou para Pipe, segurou bem dentro do tubo e conseguiu sair sem problemas, e pontuou 8,57. Depois disso, as ondas ficaram raras, o que fez os surfistas ficarem esperando por muito tempo. Mas em uma oportunidade, Medina conseguiu um tubo fechado e se isolou na liderança. Com isso, foi apenas segurar o resultado e comemorar a vaga às quartas de final da competição, com uma pontuação de 16,90.
Nas quartas de final, a emoção sobrou para Medina e Conner Coffin. O americano começou na frente e dilatou o placar, o que dificultou para o brasileiro. Contudo, teve uma reação brilhante, mas a boa oportunidade que faltava, apareceu: Gabriel Medina pegou um tubo e saiu com uma decolada para aumentar sua nota, que foi uma das melhores do dia, 9.43. E não demorou muito tempo para Medina passar por Backdoor e virar na bateria, depois de ficar atrás o tempo todo. Com isso, faturou vaga às semifinais para enfrentar Jordy Smith.
Na final, Gabriel Medina enfrentou o seu concorrente até o fim: Julian Wilson. Apesar da disputa acirrada, o brasileiro conseguiu fechar com chave de ouro a etapa com a vitória sobre o australiano: 18,34 a 16,70.
Vale lembrar que há quatro anos, no dia 19 de dezembro de 2014 para ser mais preciso, Medina levantou o caneco e encerrou jejum de mais de 38 anos em que um brasileiro não conquistava o Campeonato. Na época, ele assombrou gigantes e lendas do esporte, ganhou toneladas de experiência, lidou com pressão, superou limites e venceu três importantes etapas (Gold Coast, Fiji e Teahupoo).
O brasileiro Filipe Toledo também tinha chances de conquistar o título, mas deu adeus antes do quarto round. Filipinho não conseguiu superar a experiência e a força de vontade de Kelly Slater, no Backdoor, na bateria que fechou o último domingo.
Não é só Gabriel Medina quem comemorou o feito. O estreante em Pipeline, Yago Dora foi eliminado por Kelly Slater, nas quartas de final, mas já está garantido no CT 2019. Além dele, com a vitória de Medina, Jesse Mendes fica com o título da Tríplice Coroa havaiana.
Agora, os surfistas já pensam na próxima temporada. A volta do Hang Loose Pro Contest em Noronha, sem dúvida o campeonato mais tradicional e esperado por todos os atletas do surfe brasileiro e que vai atrair muitos estrangeiros, por ser QS 6000 em fevereiro, época de ondas tubulares. E serão 6 mil pontos logo em fevereiro, que vai ajudar muito na corrida por vaga para o CT.
TODOS OS CAMPEÕES MUNDIAIS DE SURFE NA ÚLTIMA DÉCADA
2018 - Gabriel Medina (BRA)
2017 - John John Florence (HAV)
2016 - John John Florence (HAV)
2015 - Adriano de Souza (BRA)
2014 - Gabriel Medina (BRA)
2013 - Mick Fanning (AUS)
2012 - Joel Parkinson (AUS)
2011 - Kelly Slater (EUA)
2010 - Kelly Slater (EUA)
2009 - Mick Fanning (AUS)
2008 - Kelly Slater (EUA)
CAMPEÕES DAS ETAPAS DO CIRCUITO MUNDIAL DE SURFE DE 2018
Gold Cosat, Austrália - Julian Wilson
Bells Beach, Austrália - Ítalo Ferreira
Margaret River, Austrália - cancelado
Saquarema, Brasil - Filipe Toledo
Bali, Indonésia - Ítalo Ferreira
Jeffreys Bay, África do Sul - Filipe Toledo
Teahupoo, Taiti - Gabriel Medina
Surf Ranch Pro, Estados Unidos - Gabriel Medina
Hossegor, França - Julian Wilson
Peniche, Portugal - Ítalo Ferreira
Pipeline, Havaí - Gabriel Medina
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