O avanço geográfico das contaminações pelo vírus Covid-19, popularmente chamado de 'Coronavírus', nas Espanha forçou a organização do Challenger de Chamartín, na região de Madri, a adiar a competição.
Em entrevista ao site do canal de TV Eurosports, o diretor do torneio o ex-tenista Daniel Muñoz de la Nava contou como foi tomada a decisão de adiar para outubro o torneio que seria realizado entre 23 e 29 de março.
"Estávamos há dias dando voltas, pensando no que deveríamos fazer, mas ficamos sem opção. É um perigo muito sério, pois havia muitos sócios e não era possível controlar isso", declarou o ex-tenista a respeito do torneio que será realizado em um clube privado. "Há um risco grande de que aconteça algo, imagina que uma pessoa se contamine no torneio, podem acontecer muias consequências negativas para nós. No fim, seria como ir numa direção contraria aos demais eventos, esportivos ou não esportivos; Era um risco que não precisávamos assumir", completou.
"Nesta segunda se fechariam as inscrições, o torneio se disputaria em três semanas. Neste tempo, é muito fácil que na Espanha tenhamos uns 500 infectados, talvez mais. Este problema não será resolvido neste período, logo, o torneio seria disputado no pior momento. É como eu disse, enfrentar um risco enorme. A luta de conquistar patrocinadores é grande para pi chegar o torneio e precisar dizer que não teremos torneio", seguiu De La nava.
Nas próximas semanas, outros três Challengers estão agendados para acontecer em território espanhol em Murcia, Marbella e Villena, que fica nas proximidades de Valência, foco do maior número de casos até o momento no país. Não há posicionamento destes torneios, mas De La Nava não acredita em sua realização. "Eu não sei se esses torneios serão disputados", pontua.
"Estão pensando em colocar em quarentena a alguns jogadores que jogaram na China ou na Itália, onde há contágios. Agora hpa 100 infectados na França. O que fazer? Não trazer franceses? Não trazer chineses? Não trazer italianos? Na Espanha são quase 80 infectados. Não vamos trazer espanhóis? Quem vem então?", questionou o diretor do torneio.
“Estivemos em contato com muita gente, trocamos mensagens diárias com a ATP, com o Conselho Supeior dos Esportes [CSD - maior instância do esporte no país], com a federação espanhola de tênis [RFET], com todos eles falamos sobre a possibilidade de fazer ou não o torneio. Com as autoridades sanitárias também falamos, a decisão foi bem tomada. A maioria dos sócios do Clube Chamartín são pessoas mais velhas, e esta é a população mais afetada, temos muito claro que não podemos realizar o torneio. Não vamos correr o risco de contagiar um sócio ou um jogador, é muita responsabilidade", pontuou.