menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!
logo lance!

Acesse sua conta para ter acesso a conteúdos exclusivos e personalizados!

Bruno Soares vê fuga de marcas e critica: ‘O legado olímpico é zero’

Atração do Rio Open ao lado do britânico Jamie Murray, tenista lamenta a perda de patrocinadores na melhor fase da carreira e se diz preocupado com futuro do esporte

Bruno Soares treina em quadra do Jockey Clube, no Rio
imagem camera (Foto: Divulgação)
Avatar
Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 20/02/2017
01:44
Atualizado em 22/02/2017
14:19

  • Matéria
  • Mais Notícias

Disputar o Rio Open, torneio nível ATP 500 que começa nesta segunda-feira e vai até domingo, é sempre motivo de satisfação para o mineiro Bruno Soares. Se só tem elogios a fazer ao evento, o mesmo não pode ser dito sobre a situação do esporte no país.

Melhor colocado no ranking de duplas de 2016, ao lado do britânico Jamie Murray, com quem tentará a taça inédita na capital fluminense, o tenista perdeu dois patrocinadores após os Jogos Olímpicos do Rio e não tem garantia de continuar com outros. Os Correios, que reduziram o aporte a confederações esportivas, como a de tênis (CBT), e a Land Rover já não o apoiam mais.

O discurso do atleta sobre o megaevento mudou da exaltação para o desapontamento. Visado pelas grandes marcas devido ao carisma e à boa conduta, ele não esconde a apreensão com o futuro e diz que tem se virado para custear a sua preparação.

– O legado olímpico é zero. Está tudo largado. O país está bagunçado. Estamos em um momento de reavaliar a forma como as coisas são feitas no Brasil – disse Bruno, em entrevista ao LANCE!.

Com Murray, Soares alcançou os títulos do Australian Open, do US Open e do ATP 250 de Sydney (AUS) no ano passado. Em 2017, acumulam uma semi, em Doha (QAT), uma final, em Sydney, e uma eliminação na estreia no Grand Slam australiano.

– Você vê todo mundo cortando patrocínios, reduzindo o apoio ao esporte. Eu, depois da Olimpíada, no melhor ano da minha carreira, perdi metade dos meus patrocinadores, da verba que uso para pagar meu ano. Todo mundo sabe que a vida de tenista é cara. Você tenta controlar a situação toda, mas preocupa demais – diz o atleta, que admite gostar de debater política com o parceiro.

"Eu, depois da Olimpíada, no melhor ano da minha carreira, perdi metade dos meus patrocinadores, da verba que uso para pagar meu ano. Todo mundo sabe que a vida de tenista é cara. Você tenta controlar a situação toda, mas preocupa demais"

– Não sei tanto sobre o Brasil, mas vejo que há grandes problemas relacionados aos custos dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo. Muito do que foi gasto poderia ter sido usado para o bem do país. A ex-presidente (Dilma) sofreu impeachment – contou Jamie, irmão de Andy Murray.

Convicto de que a parceria com o britânico amadureceu, Bruno tenta esquecer os problemas e quebrar um jejum no Rio Nas últimas três edições, ele se despediu nas semifinais. 

A dupla tem estreia prevista para quarta-feira. O confronto será contra o também brazuca Marcelo Demolliner e neozelandês Marcus Daniell. A dupla cabeça de chave número 2, formada por Marcelo Melo e pelo polonês Lukasz Kobut, estreia contra os brasileiros Feijão e Fabricio Neis.

BATE-BOLA
Bruno Soares
Tenista, ao LANCE!

‘Se compararmos o que Londres viveu, estamos a milhas de distância’

A chave de duplas terá um destaque especial no Rio Open, após a de simples perder o Rafael Nadal. É uma motivação para vocês?
Todo ATP 500 que jogamos conta com chaves de dupla muito fortes. O que muda aqui no Rio é o fato de o brasileiro estar envolvido nisso. Trazemos para o espectador uma emoção diferente, tanto eu, quanto o Marcelo e o André. É diferente de um ATP 500 de Roterdã, que estava acontecendo na semana passada.

Após um ano de sucesso, o que dá para aprender sobre o Jamie?
Depois de um ano, descobrir muita coisa é difícil. Sabemos bastante um do outro. Aprendemos muito no ano passado. Temos manias, preferências, pontos fracos e fortes. Do meio do ano para cá, nos entendemos em quadra, na forma de jogar. E tentamos trabalhar nesses aspectos, nos meus pontos fracos, onde podemos melhorar. Já entendemos certas preferências de cada um.

Dá para falar sobre assuntos que não o tênis no dia a dia?
Falamos de tênis quando temos de falar, mas, fora isso, estamos acompanhando o que acontece pelo mundo, conversando de outras coisas. Ele gosta muito de futebol e golfe, enquanto sou mais para o pôquer. Mas situações de momento, como eleição, política, resultado do Super Bowl...

Para quem torceu no Super Bowl (O New England Patriots venceu o Atlanta Falcons por 34 a 28 no último dia 6)?
Não acompanho futebol americano, nada (risos). Mas assisti e fiquei de cara com o que aconteceu. Como um atleta, um cara que vive o esporte, acho o evento que os americanos fazem fora de série. De cinema. É uma produção, não um jogo.

E em relação à situação do esporte brasileiro? Também conversam sobre?
É até difícil para ele. Quem não convive com o Brasil tem dificuldade de entender as coisas que os caras conseguem inventar aqui para se dar bem (risos). Na política, é Lava Jato, impeachment. Se compararmos o que Londres viveu após a Olimpíada com o que o nosso país vive hoje, é muito diferente. Estamos milhas e milhas de distância. Mas é um país organizado, de primeiro mundo, diferente daqui. O brasileiro se acostumou com um jeitinho não tão correto. Temos esperança de que podem haver mudanças. Mas, em relação ao legado olímpico, acho bem complicado.

Mais lidas

Newsletter do Lance!

Fique por dentro dos esportes e do seu time do coração com apenas 1 minuto de leitura!

O melhor do esporte na sua manhã!
  • Matéria
  • Mais Notícias