O ex-tenista e atual empresário e sócio de Rafael Nadal, Carlos Costa, concedeu uma entrevista ao programa T4 da rádio Marca e confessou que vê como muito complicado o retorno do circuito profissional a curto e médio prazo. Segundo ele, os torneios não sobreviverão sem público.
Carlos Costa pontuou que vê muito difícil que o circuito de tênis retorne antes do fim de 2020. "Mas quem será o primeiro? Nós vimos Wimbledon, sabemos como são os britânicos e eles aceitaram cancelar o evento. Eu acho que os americanos farão o mesmo. Quem vai assumir o risco de dizer: 'Eu vou colocar 30 mil ou 70 mil pessoas num evento grande'?", questionou o empresário.
"Deus nos livre, mas e se acontece alguma coisa com um jogador ou um juiz de cadeira? O tênis é um esporte global, no qual você tem que levar 500 jogadores pra Austrália, dos quais são de pelo menos 100 nacionalidades e cada jogador vai com cinco pessoas na equipe. Que governo vai aceitar que essa movimentação aconteça? Que organização peita tudo e assume o risco?", seguiu questionando.
"Eu vejo isso muito difícil", pontuou ele apontando que a outros esportes é mais fácil que seja retomado. "O tênis eu vejo em dificuldades por muito tempo".
Então, Costa foi questionado se acredita na possibilidade de torneios serem realizados com portões fechados, sem a presença de torcedores. "Pra mim não é possível. O tênis não é rentável com portões fechados. Precisamos dos ingressos, das vendas deles", resumiu.
"Assim, no tênis você compartilha a bola entre os jogadores e com os boleirinhos. Todos vão usar luvas? Eu não acredito que nenhum torneio se sustente sem a venda de ingressos, talvez, talvez, os Grand Slams. A venda de ingressos é algo muito importante", completou.
O ex-tenista foi ainda mais incisivo: "Eu sinceramente não vejo como acontecer. Enquanto não houver uma vacina, um medicamento, algos assim que consiga trazer a vida de 50, 60% da população global com tranquilidade, não há como voltar. Tomara que eu esteja errado!".
Questionado sobre a proposta de Roger Federer de unificar os circuitos, o empresário vê a ideia como promissora