Eliminada nesta quarta-feira pela tcheca Petra Kvitova por apertados 7/5 7/5 na segunda rodada do Australian Open, a espanhola Paula Badosa, de 22 anos, 97ª do mundo, admitiu em entrevista ao El País, ter sofrido com depressão na curta carreira.
“De repente, caí. Foram geradas expectativas elevadas sobre mim. Diziam que seria a próxima Garbiñe Muguruza, a próxima Maria Sharapova e no fim elas são grandes jogadoras que venceram Grand Slams e eu tinha somente 17 anos", disse a jogadora.
"Me diziam que no ano seguinte deveria estar entre as top e eu não estava preparada para assumir tudo isso. Não tive um em torno fácil, isso não me beneficiou. As pessoas me colocavam muita coisa na cabeça e a situação ficou muito grande porque no fim eu era muito jovem. Até então não me conheciam e a partir daí parecia que tinha que vencer todos os jogos. Foi muito duro, me gerou muita ansiedade, inflaram minha cabeça e no fim sofri uma depressão".
A partir daí veio Xavi Budó, que treinou por anos Carla Suarez: "Em setembro de 2018 ela me disse que estava quebrada e não sabia se queria seguir jogando. Era muito autodestrutiva, emocional e extremista. Falamos por muitas horas e comentei minha opinão. Disse que o alto rendimento não consiste simplesmente em treinar, mas sim um estilo de vida".
"Paula tinha uma crise de ansiedade muito alta e as expectativas tinham a comido. Trabalhamos muito mais fora do que dentro de quadra para começar a ver a luz e logo roemos muito a pedra porque vinha de uma falta de cultura de esforço. Decidimos competir 30 semanas porque o circuito está duríssimo e entrar no top 100 é muito complicado. Estava três, quatro anos estancada no 150 e 250 do mundo e subiu ao posto 86. Foi o primeiro ano muito positivo", disse Budó.