Bia Maia do coração valente
Tênis neste alto nível é questão de detalhes e chances aproveitadas. Thiago Wild não aproveitou o segundo set com quebra duas vezes, um 5 a 1 no tie-break e três set-points. Pagou caro e a parte física pesou. Tinha uma ótima oportunidade contra um jogador nitidamente com menos qualidade, mas guerreiro e com mais pernas. Na oitavas de final teria um Tomas Etcheverry, adversário bem acessível.
A campanha de Wild foi excelente. Dará um up para ele no circuito. Mas a oportunidade de brilhar ainda mais estava ali e ele deixou escapar. Uma pena.
Bia Haddad Maia mostrou sua valentia e seu coração. Salvou match-point, venceu outra batalha dramática e quebrou outro jejum, agora de 44 anos, sem brasileiras nas oitavas de um Grand Slam. Jogo que foi uma montanha-russa. Brasileira começou muito mal, se recuperou, vacilou no fim do primeiro set, venceu bem o segundo, abriu 4 a 1 e duas quebras no terceiro, tomou a virada, salvou match-point, virou e venceu. Coisa de louco.
O que importa é que mostrou força mental e venceu. E os astros sorriram para ela. Elena Rybakina pegou uma virose e desistiu. Ela tem a espanhola Sara Sorribes nas oitavas. Jogo duro, mas bem ganhável. É se manter firme de cabeça para não deixar que o fator favoritismo tome conta e atrapalhe seu desempenho.
Curtinhas:
Se vencer, Bia será a primeira brasileira nas quartas de um Slam desde Maria Esther Bueno em 1968. Brasileira quebrando barreiras. E também passará a ser a 13ª do mundo, defendendo todos os 350 pontos que precisava no torneio e ainda somando.
Thiago Wild perdeu a chance de quebrar uma escrita de 13 anos sem brasileiros na 2ª semana de um Slam - Thomaz Bellucci em Roland Garros 2010. Segue a contagem.
Wild estará entre os 130 do mundo no próximo ranking e tem grandes chances de virar o número 2 do país. Se ganhasse neste sábado estaria entre os 110 e perto do sonho do top 100. Estar entre os 100 é entrada direta nos Grand Slams.