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Guga: ‘Brasil vive democracia que nunca existiu’

Tenista comentou a política nacional após pergunta sobre documentário de Michael Jordan

Guga com Raquete deOuro em Roma
imagem cameraGustavo Kuerten evita falar em "novo Guga" no momento atual do Brasil (Foto: André Boccone)
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Lance!
Florianópolis (SC)
Dia 09/06/2020
14:50
Atualizado em 09/06/2020
15:05

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Em bate-papo com a imprensa via zoom na tarde desta segunda-feira sobre o bicampeonato de Roland Garros em 2000, que nesta quarta-feira completa 20 anos, Gustavo Kuerten entrou em temas políticos ao ser perguntado sobre o documentário "Last Dance", de Michael Jordan.

Sem citar diretamente o governo federal, que vem sendo assolado por críticas durante a pandemia do COVID-19, Guga ponderou que o país não vive uma democracia e sim uma pseudodemocracia:

- O próprio país vive um processo de formação da democracia que ainda nunca existiu, infelizmente. A gente pode considerar uma pseudodemocracia que, traduzindo, é votação direta, mas quando que a gente sentiu o povo mesmo no poder, ser defendido em todas suas instâncias, abraçado pelos nossos governantes, ou seja, um país muito melhor? Quando? Se olhar para trás aí, a gente estaria numa realidade completamente diferente - afirmou o tricampeão do Aberto da França.

Sempre questionado pela imprensa sobre o espaço que deixou vago no tênis nacional ao se aposentar, o ídolo evitou falar em "novos Gugas". Para ele, a nação deve priorizar educação básica, saúde e segurança pública, antes de se preocupar em formar referências no esporte.

- Que a gente tenha na saúde algo que esteja estruturalmente montado, pronto. No tênis, quando vai chegar o Guga? Se vier tudo antes, saúde, segurança, educação. Se tiver isso antes, deixa o tênis para daqui a 50 anos, não tem problema. Um dia vai acontecer. Precisamos ainda dar mais valor a isso. Obviamente, na própria internet hoje é muito delicado, porque cada situação, cada ponto, cada tentativa, ela tem hoje um turbilhão de informações e muita capacidade de isso virar invertido, mal dito - completou Kuerten.

O ex-tenista se juntou a outros atletas na última semana no movimento "Esporte pela democracia", que surgiu em meio aos protestos antirracistas pela morte do americano George Floyd, negro que foi vítima da violência policial.

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