Kasatkina assume namorada e fala em retrocesso social na Rússia

Tenista assumiu namoro com patinadora sobre o gelo e não vê solução para retrocessos sociais em seu país

imagem cameraReprodução Redes Sociais
Avatar
Lance!
Moscou
Dia 19/07/2022
14:50
Compartilhar

Em entrevista ao site russo Sport.ru, a russa Daria Kasatkina, 12ª da WTA, abriu o jogo e assumiu-se homossexual e falou abertamente sobre os tabus que pessoas como ela enfrentam em um país conservador e 'atrasado' como é a Rússia.

Durante a entrevista, Kasatkina respondeu uma pergunta a respeito da jogadora de futebol, Nadezhda Karpova, que no mês passado assumiu-se como lésbica e causou furor em seu país. Karpova é atacante da equipe feminina do Espanyol, de Barcelona.

Para a tenista, é importante que figuras públicas como atletas se assumam, para que pessoas comuns, em especiais jovens, os tenham como referência: "Eu acho que isso é muito importante. Quando alguém do mundo dos esportes, algumas figuras influentes - não só do mundo dos esportes, em geral, figuras influentes em geral - falam sobre isso, fica mais fácil para os jovens que enfrentam problemas sociais, claro".

Kasatkina confessou estar nervosa ao confirmar a entrevistadora de que também é lésbica e tem uma namorada, a patinadora artística medalhista em Jogos Olímpicos de Inverno Natalia Zabiiako.

Dasha Kasatkina relatou haver muitos tabus sobre o tema na Rússia: "M*, há tantos temas tabus em nosso país. E há tópicos muito importantes que são proibidos, então não há nada para se surpreender. Aqui está a frase “se você quer ser gay”... Se você quer, se você não quer... Você quis, você não quis... Que tipo de bobagem é isso? Realmente, não há nada mais fácil no mundo, pelo que vejo, do que ser heterossexual. Dada uma escolha, quem escolheria ser homossexual? Tornar a vida difícil para você? É sério? Especialmente na Rússia".

Questiona se um dia poderá andar de mãos dadas com a companheira pelas ruas da Rússia, Kasatkina relevou: "Nunca. A julgar pelo modo como as coisas estão indo, nunca. Tivemos alguns progressos, há não muito tempo - mais ou menos na época da Copa do Mundo - alguns progressos. Foi... foi. Bloqueou a estrada".

"Viver em um armário por muito tempo é difícil e não faz o menor sentido. (A opção sexual) Continuará girando em sua cabeça até que você diga. É claro que cada um escolhe como se abre e quanto. mas você tem que viver em conforto consigo mesmo, essa é a coisa mais importante. O resto tem mais é que se f*", finalizou.

Siga o Lance! no Google News