Russos não poderão usar sua bandeira nas próximas Olimpíadas
Decisão afeta diretamente plano de principais tenistas do país
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Foi decidido que a Rússia não poderá usar sua bandeira nas próximas duas Olimpíadas, Tóquio 2021 e os Jogos de Inverno de Pequim, além de nenhum outro campeonato mundial pelos próximos dois anos. Decisão afeta o tênis.
O Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), julgou nesta quinta-feira em sua sede em Genebra, na Suíça, o recurso apresentado pelo Comitê Olímpico Russo da decisão tomada pela Agência Mundial Antidoping (WADA) em punir o país e seus atletas por suspensão direta de quatro anos.
De acordo com o processo da WADA, acatado pelo TAS, a Rússia dispõe um mecanismo governamental, que incluiria laboratórios, para esconder e mesmo camuflar substâncias que provocam dopagem por seus atletas. A WADA sustenta ser parte do "projeto olímpico nacional russo", que incluí programas educacionais de ensino de modalidades olímpicas nas escolas públicas do país e associações locais.
O TAS acatou o argumento da WADA, porém diminuiu a punição de quatro para dois anos, no caso de competições mundiais e manteve a decisão de punição por duas edições dos Jogos.
Na prática, no circuito mundial de tênis, os tenistas das duas associações (ATP e WTA) podem competir utilizando a bandeira russa, pois os circuitos não são federados. O mesmo vale no circuito Grand Slam, que apesar de ser de responsabilidade de Federação Internacional de Tênis (ITF), são administrados por uma organização independente, a Grand Slam.
Entretanto, a decisão frustra atletas do país. Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Elena Vesnina já está treinando para voltar ao circuito apenas pensando em defender seu ouro em Tóquio. Vesnina, inclusive, tem treinado no centro de alto rendimento de Moscou, pelo qual Daniil Medvedev e Andrey Rublev passaram recentemente para compreender o plano olímpico do país.
Os dois principais tenistas russos da atualidade já manifestaram publicamente o desejo de "defender e conquistar uma medalha para a Rússia" em Tóquio. Karen Khachanov, número três do país, também já havia salientado o desejo e utilizou da estrutura em Moscou para treinar no fim da quarentena, antes de voltar ao circuito.
Na prática a decisão do TAS bane a bandeira e não seus atletas, que poderão competir, caso estejam 'limpos' nos testes de antidoping e tenham a classificação para sua modalidade. Os atletas russos poderão competir em caso de naturalização por outro país ou sob a bandeira olímpica, que recebe atletas perseguidos em seus país ou cuja modalidade da nação tenha sido punida.
Tênis russo tem história nos Jogos
Dps últimos cinco Jogos Olímpicos, quatro tiveram ao menos um tenista da Rússia entre os medalhistas no tênis. Em 2000, em Sidney, Yevgeny Kafelnikov ficou com o ouro em simples ao superar o alemão Tommy Haas. Nos mesmos Jogos, Elena Dementieva foi prata ao perder a final para a norte-americana Venus Williams.
Em Atenas 2004, o país não teve nenhum medalhista no tênis. Porém em 2008, Pequim, as russas levaram todas as medalhas em simples: Dementieva ficou com o ouro, Dinara Safina com a prata e Vera Zvonareva com o bronze. Já em Londres 2012, Maria Sharapova ficou com a prata em simples ao ser derrotada pela norte-americana Serena Williams e a dupla Nadia Petrova e Maria Kirilenko ficaram com o bronze.
No Rio 2016, Elena Vesnina e Ekaterina Makarona foram as grandes campeãs.
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