Taça ’em família’: parentes de casal famoso do tênis brasileiro brilham

Primo de Bia Haddad Maia e irmã de Thiago Monteiro, Antonin e Letícia conquistam o ouro nos Jogos Universitários Brasileiros. Ambos mantêm os pés no chão com futuro no esporte

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O torneio de tênis dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), em Goiânia, foi dominado por dois personagens curiosos e acostumados com a competição. Antonin Haddad, primo de Bia Haddad Maia, e Letícia Monteiro, irmã de Thiago Monteiro, ergueram a taça na disputa de simples neste domingo. Se não bastasse o parentesco com os famosos, Bia e Thiago são namorados há mais de seis anos, o que torna a comemoração dos universitários quase em família.

O primo de primeiro grau da melhor brasileira do ranking da WTA na atualidade, em 61º lugar, foi o campeão com as cores da Unip (SP), ao bater William de Oliveira Bronoski, da FAG (PR), por 2 a 0 (6-0 e 6-1). Este é o terceiro título do tenista, que cursa o quarto ano de Direito.

- Minha mãe e minha tia, que é mãe da Bia, são professoras de tênis e nos ensinaram o esporte. Mas ela (Bia) é muito mais forte. Sempre vimos que ela tinha potencial, pela altura e físico. Hoje, não dá para ganhar dela. Antigamente, dava (risos). Faz tempo que não nos enfrentamos. Está na hora de desafiá-la de novo - disse o tenista de 21 anos, que não pretende seguir a carreira no esporte, como fez a prima.

- Quero seguir jogando, mas não profissionalmente. Não podemos fazer tudo, infelizmente. Pretendo estudar muito para tirar OAB e pensar em advogar na área esportiva, usar o tênis como alavanca para isso. A carreira de tenista é muito curta. Não dá para dar uma parada, estudar e voltar, então fiz minha escolha - contou o jogador.

Já a cearense Letícia, de 21 anos, tem inspiração no terceiro melhor tenista do Brasil na lista mundial, na qual aparece em 125º lugar. Estudante de Nutrição da Unifor (CE), ela se sagrou bicampeã ao bater Alessandra Mecchi, da Unip (SP) por 2 a 0, com (6-3 e 7-6 (7-3). E lembra da rivalidade com Thiago.

- Ficava muito irritada quando não conseguia fazer ponto nele, brigávamos até no Play Station. Não tem como comparar o nível do meu irmão com o meu. Não vejo nem a cor da bolinha. Mas quando ele vai para Fortaleza ainda jogamos - falou Letícia, que falou sobre a convivência com a 'cunhada' Bia.

- Sempre foi uma cavala na quadra, muito maior do que as outras. Eu ficava feliz de ganhar um game dela. Acho que ainda vamos ouvir falar muito dela.

Para que o Brasil tenha mais tenistas no topo do tênis, Antonin sabe das dificuldades e não vê um futuro tão promissor nos próximos anos.

- Infelizmente, no Brasil, não temos aquela mão. É difícil conseguir patrocínio no esporte. Falta verba, falta tudo. Vemos notícia de corte de verba para o esporte, e isso desanima todo mundo. Quando se tem apoio, dá para trabalhar com a cabeça tranquila. A dedicação existe, mas falta o empurrão - falou Antonin, que tem Guga como seu maior ídolo.

Para Letícia, que trocou o balé pelas quadras quando criança, o plano também passa longe do circuito profissional. Mas a paixão permanece.

- Sei que quando terminar a faculdade, vou ter de começar do zero. Mas tentarei continuar jogando torneios menores - disse a atleta.

* O repórter viaja a convite da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU)

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